2º Domingo de Advento – Ano A
2º Domingo de Advento – Ano A
Is. 11, 1-10; Rm. 15, 4-9; Mt. 3, 1-12
“Convertei-vos… Mudai o vosso coração”
Numa visão, como nos relata a 1ª leitura, o profeta Isaías vê gazelas ao lado de leões, crianças a brincar com víboras, vitelos a pastar com ursos bravos. Significado: com a chegada do Reino de Deus, as pessoas que antes não conseguiam sentar-se ao lado umas das outras, porque se odiavam e matavam, conseguem conviver em paz e tranquilidade.
Isto é fácil de conseguir? Não, não é. Um coração cheio de orgulho, de egoísmo, de cobiça, de inveja, de ódio, de vingança não pode viver em paz com os outros. É impossível! Como conseguir, então?
1ª coisa: acreditar que, do tronco velho de Jessé – o pai de David – Deus pode fazer brotar um rebento novo. A Humanidade é um tronco velho, bichoso, podre, com muitos vícios, que cada um de nós também sente, em si mesmo. A ameaça do machado, feita pelo Batista, não é em vista do castigo, mas em vista da mudança de vida, fruto do Espírito trazido por Jesus, o Espírito que perdoa e dá nova vida.
A Humanidade, sozinha, não pode produzir nada de bom, de justo, de alegre. Mas, dessa humanidade, com a colaboração de uma simples rapariga de Nazaré (Nova Eva), surge o Homem novo (Novo Adão): assim começa a Nova Criação, onde Deus volta a ser o dono do coração. E, quando Deus começa a ser dono do coração de uma pessoa, ela começa a ser capaz de perdoar, de querer bem e até de dar a vida pelos seus inimigos.
Então, mudar o coração, como pede João Batista, é possível? Sim. Só é preciso acreditar que o caminho de Jesus é o caminho certo e segui-lo. Sim. Basta despir-se de interesses pessoais e partidários, como Jesus, nu, na Cruz e aprender com Ele a dar a vida por todos, com generosidade e alegria, sem favorecer só aqueles que nos apoiam.
Cada um de nós, de tribos diferentes, do norte ou do sul, deste ou daquele partido, trabalhador ou patrão… está convidado a percorrer este mesmo caminho. É um caminho lento, de contínuas pequenas mudanças… e que exige perseverança porque, no Reino de Deus, vamos entrando aos poucos, confiados na misericórdia e no poder de Deus que, para isso, vem ao nosso encontro.