«Não podemos esquecer, ainda que para os moçambicanos a terra pertence, tradicionalmente, a um antepassado. A relação que temos com a terra e com um lugar não se reduz a uma simples funcionalidade no uso e aproveitamento do mesmo: é uma relação vivencial, literalmente vital, porque nos une aos nossos antepassados, nos oferece uma história e nos enraíza a vida. A terra, o lugar, a natureza, é a garantia da vida de família e da comunidade. Pedir a uma família que deixe a sua terra é pedir-lhe que corte com a sua história e abandone os seus antepassados. Por outro lado, recordamos que 70% do nosso povo vive no meio rural, em contacto permanente com a natureza e a terra e delas dependendo para as suas necessidades vitais. Por isso, todas as leituras materialistas, consumistas e exploradoras da natureza em geral e, concretamente, da terra ofendem a cultura e a tradição do nosso povo. A terra faz parte do património material e imaterial a que os moçambicanos se sentem interiormente vinculados (“Á tua descendência darei esta terra” n. 15 CEM 2017)
Leia aqui a Carta Pastoral da CEM que, apesar de ter sido publicada em 2017, continua a ser muito actual e corajosa: CartaPastoral 2017 CEM