O ABUSO SEXUAL
O ABUSO SEXUAL
O abuso sexual é um assunto delicado e preocupante que não podemos deixar correr quando somos interpelados a intervir nalgumas situações. Continuamos a apresentação de alguma situação a risco.
O abuso sexual, na maioria dos casos, ocorre longe da casa da criança ou do adolescente.
O abuso ocorre, com frequência, dentro ou perto da casa da criança ou do abusador. As vítimas e os abusadores são, muitas vezes, do mesmo grupo étnico e nível socioeconómico.
O abuso sexual se limita ao estupro.
O abuso sexual ocorre quando uma criança ou adolescente é usado para gratificação sexual de um adulto ou mesmo de um adolescente mais velho, com base em uma relação de poder física, afectiva ou moral, que pode incluir, além do ato sexual: carícias, manipulação da genitália, mama ou ânus, exploração sexual, “voyerismo”, a pornografia e o exibicionismo.
A maioria dos casos não é denunciada.
Estima-se que, na verdade, poucos casos são denunciados. Alguns factores dificultam a denúncia do abuso sexual, entre eles, a descrença na possível solução, o constrangimento frente ao assunto, o constrangimento frente aos pais e familiares, a ameaça de um processo criminal envolvendo a família e o profissional como testemunha, o silêncio da própria criança ou adolescente. Quando há envolvimento de familiares, existe pouca probabilidade de que a vítima faça a denúncia, seja por motivos afectivos, seja por medo do abusador, de perder os pais, de ser expulso(a), de que outros membros da família não acreditem na sua história, ou ser causador(a) da discórdia familiar.
As vítimas de abuso sexual são oriundas de família de níveis social e económico baixo.
Níveis de renda familiar e de educação não são indicadores do abuso. Famílias de classe média e alta podem ter condições melhores para encobrir o abuso, pois, em geral, as crianças são levadas para clínicas particulares, onde são atendidas por médicos da família e a situação é abafada com maior facilidade.
A criança mente e inventa que é molestada sexualmente.
Raramente a criança mente. Sem dúvida, é necessário discriminar entre realidade e as fantasias. Especialmente quando a situação envolve uma criança, ela deve ser levada a sério, mas a conversa deve ser feita de modo cuidadoso para não induzir a relatos fantasiosos. Mais do que descobrir fatos, é preciso estar atento aos sentimentos envolvidos.
Sexualidade das pessoas com deficiências
As pessoas com deficiências e necessidades educativas especiais têm anseios e dificuldades comuns a todos os seres humanos.
Elas têm a mesma necessidade de amar e ser amadas, de aprender, partilhar, crescer e experimentar como cada um de nós tem. Elas não vivem num mundo separado. Existe apenas um mundo onde aprendemos a viver e a sentir a nossa sexualidade porque, cada ser humano, sem excepção, é portador de necessidades especiais. Enfim, as pessoas com deficiências precisam também desenvolver positivamente a sua auto-estima e viver experiências afectivas geradoras de oportunidades para reconhecer no outro a aprovação e o interesse afectivo-sexual.