A PAZ É UM COMPROMISSO DE TODOS
A Paz é um Dom de Deus. Mas a sua construção e manutenção é compromisso inadiável de cada um. Por isso, é tarefa de todos, empreender meios próprios para que a Paz seja efectiva.
Não basta aassinatura de acordos e memorandos de entendimento enquanto prevalecerem focos de ataques, matanças e recrudescer a violência no país.
Sabe-se que desde 1964 com o início da guerra colonial atéaos nossos dias, o sibilar das armas persegue o desenvolvimento de Moçambique. Apenas existem intervalos de calar de armas seguidos de momentos de instabilidade e constante insegurança. Daí resulta a necessidade do afastamento de todos os sinais que possam atrair uma convivência de hostilidades entre os moçambicanos e, igualmente, lutarmos contra todas as causas que podem justificar qualquer violência.
Na Carta Pastoral da CEM “A Coragem da Paz e o Compromisso da Missão”, os Bispos católicos de Moçambique referiram que as eleições gerais do passado dia 15 de Outubro (2019), foram marcadas logo a priori por violências durante a campanha eleitoral, ilícitos eleitorais no dia da votação, como o enchimento de urnas, processo de contagem de votos por métodos impróprios, o que dá legitimidade aos que não aceitam os resultados.
E como me referi na edição de Outubro último, um dos problemas que agudiza a violência e a guerra em Moçambique é o processo eleitoral. Enquanto prevalecer a imposição do monopartidarismodisfarçado coma pele de Democracia multipartidária, Moçambique estará condenado a sucumbir.
Os belíssimos discursos redigidos em papéis coloridos devem ser traduzidos em prática. Com efeito, o desejo de governação inclusiva não deve consistir em nomeações por confiança, “despidas” de capacidades para assumir cargos ao serviço dos cidadãos.
Portanto, no novo ciclo de governação de Filipe Jacinto Nyusi a todos os investidos augura-se novos tempos de profunda transformação. À medida que o tempo passa, as gerações se alternam e as suas apetências são maiores. Assim, o maior anseio humano e do povo moçambicano é a PAZ. Aspira-se a Paz verdadeira livre de preconceitos, condicionalismos, favoritismos e situações de imposição de vontades políticas que afetam negativamente a vida do país e do seu povo.
Kant de Voronha, in Anatomia dos Factos