Reunião multissectorial da Arquidiocese de Nampula desenha o futuro de requalificação do Centro Catequético de Anchilo
Por Kant de Voronha
Com objectivo de monitorar o processo de requalificação pastoral e económico-financeira do Centro Catequético, Paulo VI de Anchilo, reuniu-se na manhã deste sábado um encontro multissectorial da Arquidiocese de Nampula no local.
O Director do Centro Catequético, Pe Massimo Robol, disse que o Centro trabalha em 3 áreas: “Formação dos agentes de pastoral, Cursos de inserção sociocultural dos missionários recem chegados na Arquidiocese e produção de materiais de pastoral e Revista Vida Nova”.
Com relação aos novos ventos sociopastorais, e no contexto da requalificação, o inquérito aponta duas sensibilidades diferentes para as paróquias. Por um lado, há os que julgam ser indiferentes os serviços oferecidos pelo Centro e, por outro lado, há paróquias que dizem ser pertinente que ainda sejam oferecidos os cursos ordinários para a formação dos agentes de pastoral.
Falando do aspecto económico-financeiro, Pe Massimo, diz ser urgente criar mecanismos de autossustentabilidade do Centro Catequético como forma de oferecer serviços de qualidade.
O Centro foi ajudado por 30 anos por doadores internacionais que depois terminaram com o seu apoio julgando ser suficiente o tempo de acompanhamento que foi feito. E por enquanto, há recursos escassos para a gestão integral do Centro.
O Administrador do Centro Catequético, Ir. Neto, salientou a necessidade urgente de alocar um administrador auxiliar da Arquidiocese para fortalecer o trabalho da equipa e ir acompanhando paulatinamente a vida, a gestão e dinamização das actividades. Por outro lado, destacou que a taxa actual aplicada aos agentes de pastoral para alojamento e toda logística de formação está aquém do desejado e sufoca a economia local. “Os cursos que são ministrados no Centro são um elemento prejudicial para a economia do Centro. Esta é a situação nua e crua actual”, lamentou o Pe Massimo.
Está em curso o processo de requalificação do terreno do Centro e cerca de 20 hectares foram negociados como uma empresa imoboliária.
Os participantes da reunião salientaram a pertinência do trabalho realizado pelo Centro catequético e a urgência por oferecer novos serviços adequando-os ao tempo actual.
Ademais, “o que fazer de hoje em diante para autossustentar o Centro? Onde encontrar investimento para autonomia do Centro? Que recursos para garantir as formações dos agentes pastorais?” interrogou o Pe Pinho, Director do Secretariado da Pastoral, para quem o Centro poderia servir como local de pensar a acção pastoral e formar formadores cujos cursos seriam ministrados nas regiões pastorais da Arquidiocese. E as suas instalações podiam ser reaproveitadas para outras aplicações rentáveis.
“É preciso elaborar um plano de negócios que sejam viáveis” sentenciou António Muagerene que recomenda manter para o Centro um património que seja gerível.
“Requalificar o Centro sem uma meta concreta pode ser ineficaz” disse Dom Ernesto. Hoje é preciso pensar as acções do Centro à luz do contexto globalizado.
Dom Inácio Saure, comentando sobre a falta de dinheiro, falou que “houve um erro de partida na implantação do Centro Catéquetico” porque não foi desenhado um plano económico com clarividência de que poderia sobreviver o Centro, para além das ajudas externas. Por outro lado, Dom Inácio incentivou aos participantes para a possibilidade de constituir uma equipa responsável pela elaboração de um plano estratégico de requalificação do Centro.
De referir que participaram da reunião multissectorial os Bispos de Nampula (Dom Inácio e Dom Ernesto), o Director do SECAPAN, a equipa conjunta de gestao do Centro, o Conselho Arquidiocesano para os assuntos económicos, membros da equipa do património e gestão de projectos eo vice-chanceler da Cúria Metropolitana.