A educação pré-escolar e seus desafios
Por Judite Pinto Macuacua
Propomos, desta vez, trazer aos nossos leitores um tema relacionado com a dura e nobre missão de educação pré-escolar, levada a cabo pelas Educadoras de Infância.
Uma Educadoras de Infância, é legalmente,uma profissional que tem sob a sua responsabilidade e orientação, uma classe infantil (entre os 4 meses e os 5 anos de idade). Por outro lado, esta profissional, é um modelo para o grupo de crianças, que independentemente do seu tempo de serviço ou da sua experiência, é uma pessoa sempre motivada e capaz de dar uma resposta eficaz, aos seus educandos.
Funções das educadoras de infância
Para um enquadramento e entendimento da dimensão das tarefas destas profissionais, que em Moçambique são carinhosamente tratadas por “Titias” apresentamos, a seguir, um leque das suas funções, que não se limita apenas nas competências, mas também no conhecimento e responsabilidades, através de programas de educação sensorial e desenvolvimento da linguagem, nos Jardins de Infância ou Centros Infantis, Creches e Orfanatos, dentre muitos, a saber:
* Promover actividades que ocupem e incentivem o desenvolvimento global da criança (físico, psíquico e social)
* Orientar actividades programadas e exercícios de coordenação, atenção, memória, imaginação e raciocínio para incentivar o desenvolvimento psico-motor da criança.
*Promover expressões plásticas, musicais, corporais e despertar à criança para o meio em que está inserida.
* Estimular o desenvolvimento sócio -afectivo, segurança, autoconfiança, autonomia r respeito.
* Acompanhar a evolução da criança e estabelecer contactos com os pais e outros encarregados de educação, para uma acção pedagógica coordenada.
* E finalmente, estabelecer relações colaborativas com outros formadores de serviços que trabalham com crianças no seu estado lactente, como por exemplo, os berçários.
Perfil da educadora de infância
Segundo apurou a VN, existe para esta área de actividade, uma legislação apropriada e específica para a educação pré-escolar idêntica ao perfil ao perfil geral da Educadora e dos Professores do ensino básico e secundário, que tem por base a dimensão de desenvolvimento do ensino e da aprendizagem, isto é, a formação de uma Educadora de Infância, pode, igualmente, capacitar para o desenvolvimento de outras funções educativas, nomeadamente, no quadro da educação das crianças com idade inferior a 3 anos.
Além do perfil acima descrito, os estudos nesta área, preconizam a concepção e desenvolvimento do currículo da Educadora de Infância, daí que neste capítulo, por exemplo, toda a profissional, é obrigada a conceber e desenvolver o respectivo currículo, através da planificação, organização e avaliação do ambiente educativo, bem como das actividades e projectos curriculares, com vista à construção de aprendizagens integradas.
Por outro lado, todo o processo exige um conhecimento sobre todos os paços e etapas que devem ser observados, de modo a garantir a organizar o espaço e os materiais necessários, concebidos como recursos para o desenvolvimento curricular.
Outro aspecto muito importante, tem a ver com a disponibilização e utilização de materiais que estimulam as crianças. Desta feita, a educadora deve ter a capacidade de observar cada criança, bem como os pequenos e os grandes grupos com vista a uma planificação de actividades e projectos adequados às necessidades de todas as faixas etárias.
Isso significa que, segundo especialistas da área, que a educadora, deve saber fomentar a cooperação entre as crianças garantindo que todas se sintam valorizadas e integradas no grupo. Por isso, na sua integração curricular, a educadora de infância, de acordo com as exigências, favorece o aparecimento de comportamentos emergentes de leitura e escrita, através de actividades de exploração de materiais escritos, ligados ao desenvolvimento da linguagem e educação sensorial, isto é, tudo o que rodeia a pequenada.
Educadoras moçambicanas lutam contra covid-19
Moçambique é citado num relatório recentemente divulgado por 2 Organizações Alemãs, Erlassjahr e Misereor, como um dos países africanos endividados, sendo que a luta das educadoras de infância, encontra entraves para a observância das normas com vista a evitar o alastramento da pandemia da COVID-19 nos centros infantis públicos e privados.
Devido a esta situação, segundo aquelas duas organizações, que listaram mais de cem países criticamente na mesma situação, revelam que a pandemia da COVID-19, está a aprofundar ainda mais a cris nestas economias.
Mais adiante, odocumento indica que a crise nos sistemas de saúde e outras crises desencadeadas por esta pandemia, está levando a cabo a recessão global comparável apenas à Grande Depressão do final anos 1920 e início dos anos 1930, respectivamente.
Assim sendo, Moçambique precisa de mais ajudas para fazer face a esta crise e não só, mas também, para enfrentar a crise de água em algumas regiões do país, como por exemplo, em Nampula. Este fenómeno, é por si, um grande obstáculo para a luta das Educadoras, razão pela qual, muitos pais e encarregados de educação, desde à eclosão do coronavírus, receiam mandar os seus educandos para os centros infantis, e consequentemente, muitas educadoras perderam os seus empregos.