A água continua sendo uma preocupação mundial

“Louvado seja meu Senhor pela irmã água que é tão útil e humilde, preciosa e casta”.
- Francisco defende que tudo quanto na natureza existe, é fruto do amor de Deus. Actualmente as mudanças climáticas fazem com que muitas espécies desapareçam devido à falta das chuvas regulares que se faz sentir nos últimos anos.
Quero partilhar a penosa situação em que a cidade de Nampula se depara com a distribuição da água.
Devido à escassez de água, verifica-se a restrição na sua distribuição, chegando alguns bairros a passarem dois a três dias sem verem sair água nas torneiras.
O que me preocupa não são apenas as necessárias restrições, mas a gestão geral. As condutas são muitas vezes vandalizadas e estão ao ar livre, fácil presa dos aproveitadores. Apelo à sociedade gestora para que faça o máximo esforço para proteger e distribuir igualmente o bem mais precioso que temos: a água.
Lourenço Adérito
Em Moçambique
O acesso à água e saneamento tem uma influência directa na higiene das populações e na prevenção de doenças.
Cerca de 55.2% de agregados familiares utiliza fontes de água melhoradas, que incluem água canalizada dentro e fora de casa, furos protegidos, poços com bomba manual e água engarrafada. Cerca de 44.9% de agregado familiares utiliza fontes de água não protegidas; 51% da população consome água não segura contra o 48% que consome água segura.
Na zona rural, as principais fontes de água são os poços não protegidos, com 42% e água da superfície, como por exemplo rios e lagos. Por províncias, todas da região Sul, incluindo Manica e Sofala, apresentam percentagens de fontes seguras de água para beber, acima de 60% enquanto as províncias da região Norte, incluindo Zambézia e Tete, apresentam percentagens de águaproveniente de fontes seguras, abaixo de 50,9%.
Associado a esta situação, a pobreza, o impacto das mudanças climáticas, a privatização da gestão de água e a alienação de parcelas de terra com água potável, outrora utilizada pelas comunidades, maioritariamente compostas por mulheres, resulta na redução do acesso e no aumento de vulnerabilidade das camadas mais pobres que se vêm obrigadas a procurar fontes alternativase não seguras de acesso a água.(ROSC 3-14)