Mundo: casa comum e consumismo global

Por AB
Mundo: casa comum
Casa Comum é uma expressão compartilhada entre a Agenda 2030 da ONU para os Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a Carta Encíclica Laudato si ‘(Ls). O novo cenário do COVID19 e da crise humanitária exige ainda mais a adopção de uma agenda pública com um esforço político e social colectivo que vide a construção duma cultura de solidariedade.
Em momentos como estes, as religiões têm um grande potencial de empatia e cooperação social com as agendas públicas. É por isso os objectivos da Agenda 2030 da ONU com base na noção compartilhada de Casa Comum com a Laudato si’visa:
a) Desenvolver um modelo de compreensão que interaja com o potencial de cooperação e solidariedade no campo religioso com as diversas áreas do conhecimento para uma revisão das perspectivas morais e mentais, em uma chave intercultural que busca soluções cooperativas entre diferentes pessoas e instituições para problemas comuns;
b) Promover uma criação cultural ecológica para os ODS interdependentes, que se concentram em linguagens que reúnem senso crítico e senso comum;
c) Práticas quotidianas, que trazem a necessidade de pensar na vulnerabilidade como categoria central de uma ética e estética do cuidado.
Conversão ecológica
Não há duas crises separadas, ambiental e social, e as soluções passam pelo combate à pobreza, pela valorização da dignidade do ser humano e pela preservação da natureza.
O apelo do Papa à “conversão ecológica” converge nalguns pontos com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), adoptados pelas Nações Unidas. Mas a transformação que o Papa pede é mais radical.
Os ODS e LS, são unânimes em afirmar que não há duas crises separadas, ambiental e social, e que as soluções passam pelo combate à pobreza, pela valorização da dignidade do ser humano e pela preservação da natureza. É urgente salvarmos a casa comum e para isso é necessário unir a família humana, num desenvolvimento sustentável e integral.
Produção e Consumismo
Os ODS e a LS convergem na necessidade de alterar padrões de produção e consumo. O tom da LS é mais forte no que diz respeito ao desperdício e ao crescimento. Há uma convergência no que diz respeito à reforma das instituições que passa pela reabilitação do político, no sentido de um multilateralismo. Sublinha-se o papel das instituições multilaterais, lugar privilegiado da elaboração de consensos políticos mundiais necessários à acçãocolectiva.
Contudo, a LS vai mais longe e o Papa diz-nos que a política não deve estar submetida ao económico nem à eficácia tecnocrata e que a economia política deve orientar-se para o bem comum.