CEMIRDE em Nampula constata falta de denúncia de casos de tráfico de seres humanos no país
Por Júlio Assane
Ainda prevalece o receio na denúncia de casos de tráficos de seres humanos no país. Considera Charles Moniz da Comissão Episcopal para Migrantes e Refugiados e Deslocados em Nampula.
Esta situação resulta de falta de confiança entre as lideranças comunitárias e as vitimas na denúncia casos de tráfico de seres humanos.
“Ainda prevalece o silêncio na denúncia de pessoas corajosas que transforma uma outra pessoa como de mercadoria se tratasse. Tudo isso, alia-se a não confiança das autoridades competentes. Ou seja, as penas dos traficantes não têm sido exemplares no sentido de desencorajar outros meliantes”. Disse.
Alias, sem especificar o número total das vítimas, Charles Moniz, da Comissão Episcopal para Migrantes, Refugiados e Deslocados CEMIRDE em Nampula, diz que, o tráfico de seres humanos tem sido recorrente a pessoas vulnerais, com maior incidência aos deslocados de Cabo Delgado.
“Diante desta situação, sabemos que a questão de tráfico de seres humano vem através da vulnerabilidade. A nossa província de Nampula tem vindo a receber os nossos irmãos deslocados de Cabo Delgado que já carrega essa vulnerabilidade tendo em consideração que os traficantes aproveitando-se desta fragilidade, tem logrado seus intentos”. Frisou a fonte, acrescentando que, as vítimas são aliciadas com promessas de emprego entre outras.
Para inverter este quadro sombrio, o nosso interlocutor avançou que, decorre neste momento, campanhas de sensibilização às comunidades, com vista a dirimir tais violações.
“Apesar de estarmos diante da pandemia do novo coronavirus, iniciamos as nossas acções de sensibilização nas escolas, onde criamos os pontos focais. São os mesmos, que irão facilitar a disseminação desta mensagem de repúdio aos seus progenitores”. Precisou o nosso interlocutor.
Entretanto, um estudo sobre tráfico de pessoas, órgãos e partes do corpo humano baseado nas três regiões do país e divulgado recentemente pela CEMIRDE em parceira com agência católica para o Desenvolvimento Internacional, revela que, os traficantes têm como seu prato forte, a exumação de campas, isto na região norte, promessas de emprego no central e sequestros e violações sexuais no sul do país.