Apocalipse para nós
No texto abaixo apresentamos o resumo final da mensagem do Apocalipse de João.
- Tirar o véu dos olhos, da Bíblia e da história: O povo está impaciente e diz: “Até quando, Senhor?” (Ap 6,10). Se Deus é o dono do mundo, como Ele permite esta perseguição tão demorada? O Apocalipse tira o véu dos olhos e aponta os sinais da vitória de Jesus. Mostrando “as coisas que devem acontecer muito em breve” (Ap 1,1), tira o véu da história e situa a perseguição dentro do conjunto do plano da Salvação (Ap 4,2.8; 5,10; etc.).
- Deus Pai, Juiz Supremo, Senhor do Tempo e do Espaço, Defensor da vida:
Perseguidos pelo Império, os cristãos estão morrendo. A mensagem central do Apocalipse é a fé na ressurreição (Ap 1,17-18). O fundamento desta fé é a certeza de que Deus é o Criador do céu e da terra, Senhor da vida e da morte (Ap 11,17-18). A ele nada é impossível.
- Jesus Cristo, Vencedor da morte, Defensor do povo, Senhor da História: Jesus é o irmão mais velho, aquele que, pela entrega de si, resgata seus irmãos perseguidos (Ap 5,9). Ele é o Defensor do povo (Ap 12,10). Jesus tornou-se o Senhor da história (Ap 5,7).
- Perseguição e martírio: Perseguição e sofrimento, insegurança, medo e perigo de morte, falta de horizonte, cansaço, eram o pão de cada dia do povo das comunidades (Ap 2,10; 6,9-11; 7,13-14; 12,13.17; 13,7; 16, 6; 17,6; 18,24; 20,4). Como sobreviver nesta situação e testemunhar a Boa Nova de Deus? O Apocalipse é mensagem de esperança para o povo perseguido (Ap 1,9-18). É expressão da vitória de Jesus, é pedra na construção do Reino, etapa na realização do plano de Deus (Ap 5,6-10).
5. Símbolos do passado
O uso do Antigo Testamento caracteriza o Apocalipse. Um uso marcado pela familiaridade de quem se sente em casa no Antigo Testamento, pela liberdade de quem se sente herdeiro da tradição e pela fidelidade de quem quer ser fiel ao compromisso da Aliança.
- O Específico: a fé na ressurreição: o que marca o Apocalipse e o diferencia dos outros apocalipses é o alcance e a centralidade da fé na ressurreição. Os apocalipses judeus e cristãos não admitem este dualismo. Para eles, o que existe é o projecto de Deus e o desvio dos que se colocam contra o projecto. O poder do mal é real e é responsável pelo que faz, mas não é dono da história nem tem autonomia total. É um poder dependente e limitado. No fim todo o mal será totalmente eliminado. A vitória final será de Deus, será do bem.