Partilhar a responsabilidade pela nossa missão comum
A sinodalidade está ao serviço da missão da Igreja, na qual todos os membros são chamados a participar. Uma vez que somos todos discípulos missionários, como é que cada baptizado é chamado a participar na missão da Igreja? O que impede os baptizados de serem activos na missão? Que áreas da missão estamos a negligenciar? Como é que a comunidade apoia os seus membros que servem a sociedade de várias formas (envolvimento social e político, investigação científica, educação, promoção da justiça social, protecção dos direitos humanos, cuidados com o ambiente, etc.)? Como é que a Igreja ajuda estes membros a viverem o seu serviço à sociedade de forma missionária? Como e por quem é feito o discernimento sobre as escolhas missionárias?
Diálogo na igreja e na sociedade
O diálogo exige perseverança e paciência, mas também permite a compreensão mútua. Até que ponto as diferentes pessoas da nossa comunidade se reúnem para o diálogo? Quais os lugares e os meios de diálogo no seio da nossa Igreja local? Como promovemos a colaboração com dioceses vizinhas, comunidades religiosas da nossa área, associações e movimentos laicais, etc.? Como abordamos as divergências de visão ou os conflitos e dificuldades? Quais as questões particulares na Igreja e na sociedade a que temos de prestar mais atenção? Que experiências de diálogo e colaboração temos com crentes de outras religiões e com as pessoas que não têm filiação religiosa? Como é que a Igreja dialoga e aprende com outros sectores da sociedade: as esferas da política, da economia, da cultura, da sociedade civil e das pessoas que vivem na pobreza?
Ecumenismo
O diálogo entre cristãos de diferentes confissões, unidos pelo único baptismo, tem um lugar especial no caminho sinodal. Que relações têm a nossa comunidade eclesial com membros de outras tradições e confissões cristãs? O que partilhamos e como caminhamos juntos? Que frutos colhemos do nosso caminho em conjunto? Quais as dificuldades? Como podemos dar o próximo passo para caminharmos uns com os outros?
Autoridade e participação
Uma Igreja sinodal é uma Igreja participativa e co-responsável. Como é que a nossa comunidade eclesial identifica os objectivos a prosseguir, a forma de os alcançar e os passos a dar? Como é exercida a autoridade ou a governação no seio da nossa Igreja local? Como pomos em prática o trabalho de equipa e a co-responsabilidade? Como e por quem são orientadas as avaliações? Como se tem promovido os ministérios laicais e a responsabilidade dos leigos? Tivemos experiências frutuosas de sinodalidade a nível local? Como funcionam os órgãos sinodais a nível da Igreja local (Conselhos Pastorais nas paróquias e dioceses, Conselho Presbiteral, etc.)? Como podemos promover uma abordagem mais sinodal na nossa participação e liderança?
Discernimento e decisão
Num estilo sinodal tomamos decisões através do discernimento do que o Espírito Santo está a dizer-nos através de toda a nossa comunidade. Que métodos e processos utilizamos na tomada de decisões? Como podem ser melhorados? Como é que promovemos a participação na tomada de decisões no seio de estruturas hierárquicas? Os nossos métodos de tomada de decisões ajudam-nos a escutar todo o Povo de Deus? Qual a relação entre consulta e tomada de decisões? E como as pomos em prática? Que instrumentos e procedimentos utilizamos para promover a transparência e a responsabilidade? Como podemos crescer no discernimento espiritual comunitário?
Formar-nos na sinodalidade
A sinodalidade implica receptividade à mudança, formação e aprendizagem permanente. Como
É que a nossa comunidade eclesial forma pessoas mais capazes de “caminharem juntas”, de se ouvirem umas às outras, de participarem na missão e de se empenharem no diálogo? Que formação é dada para fomentar o discernimento e o exercício da autoridade de forma sinodal?
O website do Sínodo apresenta algumas sugestões sobre a forma de colocar estas questões a vários grupos de pessoas de forma simples e envolvente. Cada diocese, paróquia ou grupo eclesial não deve ter como objectivo fazer a cobertura de todas as questões, mas deve discernir e concentrar-se nos aspectos da sinodalidade mais pertinentes para o seu contexto. Os participantes são encorajados a partilhar as suas experiências da vida real com honestidade e abertura e a reflectir em conjunto sobre o que o Espírito Santo estará a revelar através do que partilham uns com os outros.
Uma palavra de gratidão
Uma palavra sincera de gratidão a todos aqueles que organizam, coordenam e participam neste Processo Sinodal. Guiados pelo Espírito Santo, nós somos as pedras vivas com as quais Deus edifica a Igreja que deseja para o terceiro milénio (1Pd 2,5). Que a Santíssima Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos e Mãe da Igreja, interceda por nós, ao percorrermos juntos este caminho que Deus nos propõe. Que os seus cuidados maternais e a sua intercessão nos acompanhem, como no Cenáculo de Pentecostes, na construção da nossa comunhão uns com os outros e na realização da nossa missão no mundo. Com ela, dizemos juntos como o Povo de Deus: “Faça-se em mim segundo a tua palavra!” (Lc 1,38).