Esperança pura
Domingo 2 de Outubro 2022 a missão de Chipene, depois da devastação do dia 6 de Setembro por mão dos violentos terroristas que mataram a ir. Maria de Coppi e incendiaram as estruturas da missão, acolheu o Bispo de Nacala Dom Alberto e o pároco Pe. Lourenço com a participação encorajadora de muita gente de todas as denominações religiosas. O lento caminho de recuperação e reconciliação começou.
A seguir é o relatório que o Pe. Lourenço nos enviou.
«Ontem se reuniu em Chipene uma grande multidão de população da localidade e da paróquia de Chipene. Muitos foram os muçulmanos que marcaram presença. Chegaram também os nossos cristãos das comunidades mais longínquas da paróquia (Salaue, Nipita, Namacoje, Meculumba, Mucuahipa, Namihavo, Muhurune, Miteve…) e, com certeza, todos sem a nossa boleia!
Neste dia também falamos com os professores e director da escola local e com os nossos animadores os quais nos deixaram as seguintes informações da tragedia que a paróquia e a localidade de Chipene viveram naqueles dias:
Em Chipene destruíram a missão e danificaram o hospital, mataram a Ir. Maria e dois homens; em Nacutho queimaram a capela e uma pessoa; em Nantaca mataram outro homem; por corta mato entraram em Canhunha (área das nossas comunidades de Muralene e Naheco) e queimaram a capela de Muralene, 189 casas e mataram quatro pessoas; ainda por corta mato chegaram em Tataulo, queimaram a capela e mataram três pessoas, uma era o irmão mais velho do sr. Leonardo, o nosso responsável regional da catequese de Mazua; voltando parece que queimaram a capela de Mussareje e outras igrejas. Nas áreas de Canhunha e Tataulo ainda ninguém regressou a população ainda está com medo.
O nosso programa prevê que depois de deixar Chipene vamos para Mazua onde também encontraremos a comunidade local e por fim passaremos em Nahiloque onde celebraremos o sacramento do Crisma que já estava marcado antes da tragedia.
A visita com o Bispo Dom Alberto alimentou nas pessoas a esperança de poder retomar a própria vida. Ainda não sabemos quando e como poderemos voltar. Pomos tudo nas mãos de Deus». (Pe. Lourenço)