Ophenta quer um 7 de Abril sem luto
Cresce em Nampula a onda de violência perpetrada, maioritariamente, contra mulheres e raparigas.
Neste contexto, e no âmbito da celebração do mês da mulher, a Ophenta, uma organização feminista, organizou uma Acção pública em forma de vigília, em homenagem as mulheres e raparigas vítimas de feminicídio sexual e de violência baseada no género.
A colaboradora da Ophenta e porta voz da Acção, Marlene Julane, disse à Rádio e Televisão Encontro, que todas as organizações da sociedade civil estão profundamente aterrorizadas com essa crescente onda de violência, principalmente no ano de 2023 em curso.
A fonte defende a necessidade de uma reflexão sobre esse fenómeno, sendo esse o motivo da realização da vigília pública, onde membros de várias organizações da sociedade civil vão debater o assunto.
A intenção, de acordo com Marlene Julane, é dizer “basta” os casos de violência contra mulheres e raparigas no país, ou mesmo, pôr fim a violência contra as mulheres e raparigas, na tentativa de que o 7 de Abril de 2023, que se celebra esta semana, seja de forma pacífica nas famílias e não de luto.
O apelo é dirigido tanto para as mulheres como para os homens, para que sejam vigilantes contra a violência.
“Queremos apelar para que não olhem as mulheres como as mais culpadas pela violência que passam, seja ela de qualquer tipo, é crime, e denuncia-la é um acto de não ser cúmplice e sinal de vigilância”. – Recordou Marlene, esclarecendo que essa Acção pública em forma de vigília foi promovida pela Ophenta, em coordenação com várias outras organizações da sociedade civil, que lutam para o fim da violência contra as várias formas de violência contra mulheres e raparigas em todo país.
A nossa entrevistada fez entender que Para além de ser um crime, a violência contra Mulheres e raparigas, contribui para que elas não gozem os seus direitos.
A Ophenta, de acordo com a porta voz da Acção publica, olha o mês de Abril como um espaço em que as mulheres deviam ter mais acesso à justiça, à educação e saúde, sendo essa uma das razões para a realização da vigília, que também serve para repudiar todas as formas de violência, e pedir socorro, “porque as mulheres estão a morrer”.
“Estamos a realizar essa Acção na rua, porque muita violência acontece em público e pretendemos fazer entender que a violência é um crime público e que deve ser denunciado por todos os que usam essa rua, incluindo as instituições que trabalham a sua volta”. – Anotou Marlene Julane, Colaboradora da Ophenta, e porta voz da Acção pública em forma de vigília pelo fim da violência contra mulheres e raparigas, havida esta segunda feira, 03/04, no entroncamento entre as avenidas Eduardo Mondlane e Paulo Samuel Kamkhomba, na cidade de Nampula.
No local, podiam ser lidos dísticos com dizeres como: Nós morrermos todos dias, nossas vidas importam? Basta, porquê nos matam tanto? Mulher não é objecto para comprar, vender ou tomar à força-Respeite.
Por Amélia Augusto