Antigo Belenenses, em Muhala, jovens drogados tiram sossego
Os moradores da zona residencial do antigo Belenenses, bairro de Muhala na cidade de Nampula, estão preocupados com o aumento do número de jovens consumidores de drogas, sob um olhar negligente de quem de direito.
Alguns moradores daquela zona, mostraram a Rádio e Televisão Encontro, uma vivenda abandonada, onde os jovens consomem vários tipos de drogas, para depois, na calada da noite, protagonizarem roubos nas casas circunvizinhas.
Cansados de sofrerem roubo, quase todos os dias, aqueles moradores pedem ao proprietário da casa abandonada, para destruir a infraestrutura, ou então vedar o recinto, porque os larápios dormem e consomem as drogas naqueles escombros.
Esta situação tirar sono aos moradores do antigo Belenenses, há já muitos anos, e acreditam que é do conhecimento das autoridades locais, incluindo a Polícia, mas que não fazem nada para desmantelar aquele grupo de drogados.
Raja Chaure Choca, é um dos vizinhos da casa abandonada que está a sofrer roubos no seu quintal, mas, na sua opinião, os jovens que cometem esse crime, são do mesmo bairro, apesar de não aparecer ninguém com coragem para denunciá-los.
Raja Choca, pede a quem de direito para colocar um ponto de ordem naquela situação, que não deixa sossegados os moradores.
“Estou cansado de sofrer roubos, todos os dias na minha casa, por jovens que se drogam neste quintal que um estrangeiro comprou e deixou abandonado”. – desabafou Raja implorando para que o proprietário venha fazer vedação do recinto.
Ancha João, outra moradora do Antigo Belenenses, lamentou o facto de esta situação acontecer em plena via pública, pese embora os drogados serem provenientes de vários bairros desta cidade.
“Estamos a pedir socorro, não conseguimos dormir em paz nas nossas casas, porque quando eles se drogam, arrombam as nossas portas”. – referiu Ancha, que para ela, “esses jovens roubam para alimentarem os seus vícios”.
Albertina António, outra moradora, disse que assiste todos os dias, jovens a se drogarem a seu belo prazer, a qualquer período do dia, no quintal abandonado, próximo da sua casa.
“Essa situação compromete o meu negocio, porque já não tenho clientes na minha barraca, aqui no antigo mercado dos Belenenses”. – Lamentou Albertina, acrescentando que, “São gatunos e roubam tudo que encontram, em plena luz do dia e sem medo porque andam drogados”.
Outro morador que não quis se identificar, lamentou esta situação que na sua opinião, poderá comprometer o futuro das crianças naquela Unidade Comunal, sob um olhar negligente de quem de direito.
“Se o governo intervir, tenho a certeza que esta situação vai acabar”. – disse o nosso entrevistando, sublinhando que gostaria de ver a polícia a actuar, ao mesmo tempo que pede ao seu vizinho para vedar os seus escombros que neste momento estão a ser usados como esconderijo de marginais, os quais tiram sossego dos moradores.
As autoridades administrativas locais ainda não se pronunciaram sobre o assunto, mas a nossa reportagem tem conhecimento de que naquela Unidade Comunal, nos últimos dias, os casos de roubo em residências estão a aumentar.
Recorde-se que, ano passado, a Rádio e Televisão Encontro publicou uma reportagem sobre venda e consumo de drogas numa das barracas abandonadas no antigo mercado dos Belenenses, que depois da intervenção das autoridades, o problema parecia estar resolvido.
Enganou-se quem pensou assim, porque os drogados apenas mudaram de local.
O quintal abandonado em referência, está localizado nas bermas da rua 2.269, que parte do Prédio Lopes, fazendo ligação com o bairro de Muahivire, através da rua dos viveiros.
Uma Rua que estava nos planos de pavimentação no mandato do falecido Amurane, mas que depois da sua morte, esse plano também morreu, estando neste momento quase intransitável, como consequência do arrasto pelas águas da chuva, dos solos que tinham sido colocados para o início da pavimentação.
Motivo suficiente, para dizer que para além de os moradores da zona do antigo Belenenses lamentarem pelo recrudescimento da criminalidade, também olham com muita tristeza, o estado avançado de degradação daquela rua, que num passado recente, serviu como alternativa para os transportadores semi- colectivos, a quanto da construção da ponte sobre o rio Muhala.
Por Elísio João