Chega de mortes nas estradas…
Por Dr. Armando Alí Amade
Não passa uma semana sem quepela rádio, jornais ou pelo Facebook, passem notícias sobre acidentes rodoviários ou atropelamentos de peões nas estradas moçambicanas. Quantas mortes, choros e luto nas famílias se poderiam evitar! Pela ganância assistimos a espectáculos das piores tragédias humanas: chapas superlotados e carregados com todo o tipo de mercadoria, velocidade como aquela da luz para chegar mais depressa. Parece-me que muitos motoristas não têm consciência e responsabilidade da vida dos seus passageiros. Enfim, quem é que nos pode defender desta “guerra”, visto que todos queremo-nos movimentar de um lado para outro?
(Mário Sabonete – Nampula).
Um acidente de viação ou de trânsito é um acto muitas vezes despropositado, não intencional que ocorre na via (estrada) envolvendo veículos, entre veículos, com peões, animais ou ainda veículo contra obstáculo fixo (postes, árvores, muros, casas e outros).
O Código da Estrada do nosso país define acidente de viação como sendo toda a lesão externa ou interna e toda a perturbação nervosa ou psíquica ou dano patrimonial e moral que resulta da acção de uma violência exterior súbita produzida por qualquer veículo ou meio de transporte em circulação na via pública.
E, então, quais são as maiores e mais frequentes causas dos acidentes nas estradas?
Ora, uma série de factores contribuem para a ocorrência dos acidentes de viação desde o estado mecânico da viatura, o estado da estrada, o clima, o ambiente da estrada (muitas pessoas nos mercados e escolas nas bermas das estradas), estado do condutor ou motorista (alcoolizado ou drogado), excesso de velocidade, ultrapassagem irregular, má travessia de peão e animais, excesso de carga, fadiga do motorista (sobretudo o de longo curso), etc.
Um outro factor causador de acidentes deviação é a distracção. Muitas vezes a distracção é provocada pelo uso de dispositivos móveis, sobretudo na troca de mensagens de texto enquanto se conduz. Os motoristas que “teclam“, enquanto conduzem, têm maior probabilidade de se envolver em acidente de viação do que os que não enviam mensagem de texto ao volante.
Usar telemóvel enquanto se conduz é tão perigoso!
O álcool e outras drogas ilícitas têm um efeito severo no desempenho do motorista, pois estas drogas provocam a disfunção da capacidade de discernimento. Parece que os acidentes de viação provocados pelo consumo, acima das quantidades recomendadas de bebidas alcoólicas, ocorrem mais aos finais de semana.
Por outro lado, a maior parte dos acidentes provocados pelos autocarros de transporte de passageiros ou “chapas” ocorrem com maior incidência devido ao excesso de velocidade, ultrapassagem irregular e o estado mecânico das viaturas.
A fadiga, a privação de sono ou número de horas de condução, pode aumentar o risco de acidente de viação por parte dos motoristas de longo curso.
Não podemos deixar de referir que as estradas têm uma contribuição significativa no que toca aos factores para ocorrência de acidentes de viação, se tomarmos em consideração a qualidade do piso, os buracos, a falta de manutenção, a irregularidade, etc.
Resumindo, podemos afirmar que as principais causas dos acidentes de viação são:
- Excesso de velocidade;
- Condução sob efeito de álcool ou drogas;
- Manobras irregulares e/ou perigosas;
- Condução sob estado de fadiga;
- Má travessia de peão.
Assim, para evitar, reduzir e, quiçá, minimizar os acidentes de rodoviários, livrando as estradas de serem “banhadas” de sangue dos nossos concidadãos, e não poucas vezes com luto nas famílias, elencamos algumas medidas primárias a ter em conta.
A primeira forma de evitar acidentes na estrada por parte dum motorista:
- “Se beber, não conduza e se conduzir não beba”;
- Não consumir substâncias que alterem a capacidade de condução;
- Evitar o uso do telemóvel enquanto conduz;
- Para os motoristas de longo curso, evitar o estado de fadiga e procurar descansar.
- Evitar ultrapassagens irregulares e perigosas.
(Observância das regras de trânsito)
Só assim podemos ver minimizados os acidentes, sangue e luto nas famílias.
O passageiro é o primeiro polícia de trânsito, ele tem o dever de alertar e chamar atenção ao motorista em relação à sua qualidade de condução.