Empresas devedoras poderão deixar seus trabalhadores no abismo

A Organização dos Trabalhadores de Moçambique, OTM Central Sindical em Nampula, alerta que as Empresas devedoras do sistema de Segurança Social, podem conduzir a um futuro incerto aos seus trabalhadores.
O alerta foi lançado por Rodriguês Júlio, Secretário Provincial interino da OTM – Central Sindical nesta província, à margem da celebração do dia internacional dos trabalhadores.
A fonte fez saber que no âmbito de segurança social, o movimento sindical em Nampula tem vindo a reportar a existência de empresas que descontam seus trabalhadores, mas que não canalizam os valores ao INSS, o que pode comprometer o futuro destes e seus dependentes.
A fonte frisou que durante o ano em curso foram registados 177 conflitos laborais, tendo sido mediados 167.
Para além dos conflitos laborais, Rodriguês disse que durante o semestre em curso, o Instituto Nacional de Segurança Social trabalhou com cerca de 17 Mil e vinte e oito empresas.
Deste número de empresas, 9.038 não canalizam os descontos da sua massa laboral, ao Instituto Nacional de Segurança Social, que ronda nos 236.786 trabalhadores.
Tornou-se público que do universo de beneficiários do INSS, 1. 176 são por conta própria, 9.002 pensionistas, 2.472 por velhice, 98 por invalidez e 6.522 por sobrevivência.
Isso tudo, numa altura em que centenas de trabalhadores por conta própria, perderam a esperança de viverem e descontarem para o INSS, com a demolição das bancas de venda de roupa e outras mercadorias na Feira da OJM, no bairro dos Poetas, nesta cidade.
Uma situação que vários actores sociais olham com nostalgia, aventando a possibilidade de criar condições para o aumento de marginalidade na cidade de Nampula, uma vez que deixa muitos jovens desocupados.
O Académico e docente universitário, Paulo Vevelua disse que as autoridades competentes deviam, a prior, identificar um local seguro para acomodar os visados e comunicar com antecedência a sua retirada daquele local.
Vevelua referiu igualmente que a estratégia usada para retirada dos vendedores da Feira da OJM, não foi adequada.
“O que se espera no futuro, é aumento de marginais nos bairros, porque alguns eram estivadores naquela feira e ganhavam algo para se sustentarem”. – rematou Vevelua, anotando ser imperioso e urgente, a indicação de outro local para aqueles indivíduos fazerem a sua actividade comercial.
Essa lamentação foi também manifestada na última sexta feira, dia do início da demolição das bancas naquela Feira, por pessoas que ali faziam comércio, entrevistadas há poucas horas para a celebração do dia internacional do trabalhador.
Por Felismino Leonardo e Eva Bento