Governador de Nampula considera a província, berço do cajú
Essa consideração foi feita durante a primeira reunião nacional de concertação de actores de cadeia de valor de caju, um encontro que juntou sectores públicos e privados nas áreas de produção, comercialização e processamento do cajueiro que a província acolheu pela primeira vez, durante dois dias para uma reflexão.
Isso acontece numa altura em que a província está embalada numa crescente consolidação como maior produtora e processadora da castanha de caju no pais e que contribui para a reafirmação de Moçambique no panorama internacional como maior produtora do pseudofruto.
Para Manuel Rodrigues Alberto, o caju é uma das fontes fundamentais na renda das comunidades da provincia, tendo em conta que dos vinte e três distritos que compõem, dezanove produzem essa cultura.
̎O cajú é uma das principais fontes de renda para nossa população em Nampula, se tomarmos em conta que cerca de 83%, isto é dos 23 distritos que compõem a nossa província de Nampula, 19 são produtoras desta cultura de rendimento, envolvendo mais de 300 Mil produtores de cajú na província de Nampula ̏.- disse o governador da província, Manuel Rodrigues.
O dirigente recuou no tempo e disse que no ano de 2021 a província comercializou mais de 67 mil toneladas de castanha de caju contra os 77 mil da última campanha, ao que encoraja a província na reafirmação do quadro nacional como a melhor província produtora do caju.
̋Agrada-nos constatar que tem havido anualmente um emcremento dos volumes de comercialização de castanha de cajú. Em 2021 por exemplo, a nossa província comercializou 67.338 Toneladas de castanha de caju, para os cerca de 77 Mil toneladas comercializadas na campanha passada. Como podemos depreender o volume de castanha de cajú comercializado tem estado a crescer na nossa província e tem estado a nos encorajar que realmente a província de Nampula, ira continuar a reafirmar -se no panorama nacional como sendo a província produtora de castanha de caju ̏ referiu Manuel Rodrigues.
Segundo dados divulgados na ocasião, a província de Nampula conta com 37 empresas processadoras e 13 fabricas, exploradas por vinte empresas que exportam o produto.
̏A nossa província de Nampula conta com 37 empresas processadoras e 13 fábricas e quatro fabriquetas exploradas com um número visível de empresas que igualmente fazem a exportação em número de 20.
“Deste numero de unidades de processamento, constatarmos que, infelizmente apenas seis estão operacionais, o que significa que temos muitos nossos concidadãos que neste momento estão no desemprego ̎; Lamentou Manuel Rodrigues Alberto.
Entretanto o representante do chefe do estado moçambicano na província de Nampula Jaime Neto, referiu que nos últimos tempos tem-se registado melhorias dos níveis de comercialização da castanha de caju, mas a indústria nacional do processamento, apesar de possuir uma capacidade enorme para absorver a produção em todo país, não é explorado duma forma integral por diversos motivos.
Destacou a guerra entre a Rússia e a Ucrânia como um fenómeno que contribuiu para a redução da capacidade das empresas processadoras, e consequentemente condiciona a falta do financiamento.
̎Nos últimos anos temos registado um aumento significativo dos níveis da comercialização da castanha de caju, no entanto a indústria nacional de processamento apesar de registar uma enorme capacidade para absorver a produção nacional não é integralmente explorado por motivos conjunturais e adversos, dos quais se destacam baixo preço no mercado internacional, resultado da retracção da economia mundial e do quadro global de inflação originado pela guerra Rússia-Ucrânia, que resultam em elevados custos de en ergia, com destaque para os preços do petróleo.” – anotou Jaime Neto, reparando qu “este fenómeno reduz a capacidade de tesouraria das empresas de processamento o que condiciona a capacidade de financiamento.
O ministério da agricultura e desenvolvimento rural junto dos seus parceiros, segundo a fonte, tem vindo a evitar esforços para melhorar a capacidade de financiamento das empresas .
Jaime Neto referiu que o crescimento é também notório no processamento secundário do pseudofruto que satisfaz o mercado interno de consumo de amêndoas assim como a alimentação de mercados de países vizinhos.
̎ É notório o crescimento do sector do processamento secundário da castanha que tem agregado valor a este produto, satisfazendo o mercado interno no consumo de amêndoas e alimentando os mercados de países vizinhos”. Disse a fonte, acrescentando que “nesta área temos o desafio de organizar melhor este seguimento de produção para que consiga melhores resultados”.
̎O nosso país dispõe de condições agro-climáticas para o desenvolvimento do sector do cajú, bem como a disponibilidade de terra e mão-de-obra para o aumento da produção e processamento da castanha, podendo conduzir o país a competir de forma vantajosa com os países que lideram actualmente esta cultura ̎. Afirmou o Secretário do Estado na Provincia de Nampula.
Por Assane Júnior