a coragem da bandeira branca

Palavras proféticas do Papa Francisco
Numa entrevista à Rádio e Televisão Suíça, o Papa Francisco disse palavras que soaram polémicas aos ouvidos do martirizado povo ucraniano: “Creio que é mais forte… quem tem a coragem da bandeira branca, para negociar…”.
Sem entrar no debate político sobre este tema – que seria pertinente e nos ajudaria a entender a reação emotiva de um povo que continua a ser martirizado e a lutar pela sua liberdade – limito-me a evidenciar o simbolismo do gesto que o Papa sugere depois de tanto sangue inocente derramado e depois de tanto “comércio de armas” que enche o bolso de uns à custa de outros.
Nos dias da Semana Santa, nas igrejas católicas costuma aparecer o madeiro da Cruz com um pano que varia conforme o momento litúrgico que estamos a viver: roxo, vermelho e branco.
O pano roxo, aparece nos primeiros dias da Semana Santa para indicar a Paixão de Cristo e a Sua morte. A cor roxa dos paramentos litúrgicos e decorações da igreja, aparece não apenas no tempo litúrgico da Quaresma, mas também nos funerais, para meditar sobre o sofrimento, a morte e o luto. A cor vermelha é utilizada na Semana Santa para lembrar o sangue de Cristo derramado na cruz e para celebrar o martírio de tantos homens e mulheres que lavaram as suas vestes no sangue do Cordeiro. É o está a acontecer no nosso mundo, onde uma grande parte da humanidade continua a derramar sangue e lágrimas, por causa do ódio fratricida.
O crente, no entanto, acredita que a cor vencedora é cor branca, a cor da vitória sobre a morte, a cor da vida, a cor da Páscoa, da alegria e da paz.
Não será o levantar da “bandeira branca” um querer renascer abdicando da voz das armas?