Moçambique: Filipe Nyusi declara que devolve o país completamente reconciliado
No seu último balanço sobre o estado da nação, o Presidente Filipe Nyusi apontou a paz como uma das suas cinco principais conquistas nos dois mandatos e anunciou a construção de um memorial da paz na Gorongosa.
“Com profunda emoção e sentimento de dever cumprido, entregamos o país totalmente reconciliado”, declarou o chefe de Estado moçambicano no seu último informe anual sobre a Situação Geral da Nação, na Assembleia da República, em Maputo.
Filipe Nyusi destacou a assinatura, em 6 de agosto de 2019, do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional com a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), a principal força da oposição, o terceiro entendimento e que visava encerrar, definitivamente, o conflito armado que opôs as partes por anos. “Esta paz não é do Governo ou da RENAMO, é de todos os moçambicanos”, frisou.
Memorial da paz na Gorongosa
No seu último balanço sobre o estado da nação, Nyusi também anunciou um entendimento com a liderança da RENAMO para construir um Memorial Nacional da Paz na Serra da Gorongosa, local onde foi acordado o fim das hostilidades, em 2019.
Cinco anos depois, o objetivo é fazer da Serra da Gorongosa um ponto de excelência em prol da paz. “Trocámos esta visão com a liderança da RENAMO. O memorial vai homenagear os protagonistas dos processos de paz em Moçambique e fazer da Gorongosa uma referência nacional e Internacional na construção de paz, tolerância e reconciliação”, anunciou hoje o chefe de Estado no seu balanço anual do estado da nação, na Assembleia da República, em Maputo.
“Queremos que Gorongosa deixe de ser associada à guerra, mas sirva de fonte de inspiração para a atual e futuras gerações na convivência pacífica entre homens, mas também entre os homens e a natureza”, destacou Filipe Nyusi.
“Que Gorongosa se torne um testemunho vivo de como uma nação pode superar suas divisões mais profundas e construir um futuro de harmonia entre os homens, bem como entre a humanidade e a natureza”, acrescentou o Presidente, que não se recandidata ao cargo nas eleições de 9 de outubro por ter atingido o limite constitucional de dois mandato.
Desafios em Cabo Delgado
Por outro lado, o chefe de Estado admitiu os desafios que o país ainda enfrenta, nomeadamente as incursões de grupos terroristas em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.
“Ainda não fomos capazes de eliminar total e definitivamente o terrorismo no norte de Moçambique […], mas conseguimos conter e fazer recuar estas ações. Uma das razões que permitiu este sucesso foi o facto de termos combinado a resposta militar com soluções económicas que trouxeram esperança aos jovens […] a outra foi o envolvimento combinado […] das forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Ruanda, numa experiência ímpar”, declarou Nyusi.
Nos seus 10 anos de governação, o chefe de Estado considera que Moçambique deu passos positivos na diplomacia, com a eleição do país africano, em 2022, a membro não-permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Fonte: DW