CRÓNICA: QUANDO A ÁGUA BENTA PERDE SABOR…
Gritos de socorro cobrem as telas de diversos corações dos fiéis e membros desta sociedade a caminho da sepultura. A experiência de vida atesta-nos que quanto mais fé se tem na bruxaria, menos fé se professa em Deus.
Vivemos numa sociedade em que muitas pessoas, perante os desastres da vida tais como a falta de sucesso nos negócios, nos relacionamentos, nas forças de caminhar, dores do corpo, longe de irem primeiro procurar a solução nos hospitais e orações diárias, interpretam tudo à luz do feitiço e buscam soluções nos amuletos. Onde está a nossa fé na reza do Terço do Rosário, na água benta, na oração de cada dia?
As várias dificuldades da vida abatem-nos de uma forma que, muitas vezes, perdemos esperança daqui-para-aqui, arrastando-nos a cultivar mais a nossa fé na botânica que no credo em que professamos a nossa fé na Santíssima Trindade. Há muita gente que perante as dificuldades da vida (a procura de emprego, subir de graus profissionais, para obter melhor casamento, para ser bem visto pelos chefes, para superação de conflitos sociais e económicos) procura soluções recorrendo à prática de magias.
A nossa fé está a ficar cada vez mais enfraquecida e, nalgum momento, até sentimos mais vergonha em nos identificarmos como cristãos. Precisamos de saber que Deus nunca nos abandona. Ele continua connosco em todos os momentos da vida. A água benta continua revestida de grande poder libertador e de forma nenhuma poderemos subestimá-la. A reza do Terço, a missa e outras modalidades de oração ainda carregam consigo energia libertadora na vida dos que carregam em si muita fé e humildade.
O cristão tem de ser devoto de objectos sagrados, e não professante de fé nas magias e amuletos. Inúmeros cristãos carregam mais amuletos nos bolsos que Terços do Rosário. A convicção da maioria é a de que o amuleto protege mais a pessoa dos perigos. Sonhou mal? Reze e use água benta! Cultive a sua confiança em Deus em quem se deve professar a fé.
Em quem mais você professa a sua fé? Alguns líderes comunitários, longe de ajudarem as pessoas a encontrarem soluções para os seus problemas pelo diálogo, alimentam atritos e mandam as pessoas, incluindo a cristãos, a recorrerem no juramento tradicional nos santuários da magia negra.
Até onde vamos com esse sincretismo religioso, mistura de fé? Ainda que, sem certeza, estou em crer que nem todos curandeiros adivinhos o são por vocação. Muitos fazem-se de curandeiros e adivinhos para apenas conquistar a sobrevivência, o pão de cada dia diante do fenómeno da falta de emprego, com a máxima de “na falta do melhor, o pior serve”.
Um líder comunitário justo e fiel não arrasta massas de pessoas para prestarem juramento nos curandeiros na solução de conflitos sociais e familiares. Ele se reveste de critérios e segue passo a passo para, por meio de diálogo, encontrar respostas para cada problema. Longe disso ainda deveriam estar os líderes religiosos. Recebemos informações que há líderes que autorizam curandeiros a visitar casas e famílias do seu bairro à procura de feitiços criando assim pânico e medo na povoação exigindo pagamentos fraudulentos. Esta atitude é deplorável.
A fé que professamos na reza do credo, em cada domingo, deve ser algo que sai do coração, e não apenas da boca para fora. O crer em Deus não deve ser apenas simples palavreado; deve expressar o que a vida manifesta no dia-a-dia. O crer em Jesus Cristo deve significar o colocar Jesus, Filho de Deus, em primeiro lugar na nossa vida; o crer no Espírito Santo se deve manifestar no nosso abraço da santidade de vida na relação connosco mesmos e com o próximo. E ao professarmos a nossa fé na Igreja Una, santa, católica e apostólica, estamos declarando que acreditamos no ensinamento da Igreja que, pelos seus ministros sagrados, continua a derramar as suas bênçãos sobre o povo de Deus. Por isso, o povo de Deus não deve deixar professar a sua fé na bruxaria. Infelizmente, quando a água benta perde sabor, reina a fé no feitiço. Reina a fé nos curandeiros e adivinhos. Autêntica idolatria.
Giovanni Muacua
BOX
Caril de repolho
Ingredientes
1 ou 2 cabeças de repolho
tomate maduro, lavado e cortado
cebola lavada e cortada
cenoura pelada, lavada e cortada
pimento lavado e cortado
alho pilado
2-3 colheres de sopa de óleo
Modo de preparo: Colocar uma panela no fogo, depois de aquecer, colocar no óleo o alho, a cebola e o tomate. Quando estiver amolecido, colocar o repolho, a cenoura e mexer durante 10 minutos até ficar refogado. Por último adicione o pimento por mais 5 min. Pode servir com chima ou arroz.
Benefícios: Este alimento tem vitaminas e minerais que permitem ao nosso organismo fortalecer as defesas contra as doenças.