Empoderamento feminino
Por: Alice Mauindo
Vamos explorar o tema dos Empoderamentos femininos após a independência. Analisaremos campanhas e métodos de empoderamentos femininos para a qualificação das mulheres na resolução de diferentes problemas inerentes à segurança alimentar e pobreza como forma para a redução da taxa de pobreza e para a criação de mecanismos de subsistência no sector da agricultura.
O empoderamento é o poder que uma pessoa tem de imponderar a si mesmo, gerando mudanças colectivas e sociais significativas. É importante percebermos que quando se fala de empoderamento feminino, não se resolvem problemas específicos das mulheres, mas sim da sociedade como um todo, contribuindo deste modo, para a melhoria das condições de vida das mulheres localizadas em áreas baixas de difícil visibilidade social.
Desafios sociais
Podemos notar que os desafios enfrentados pelas mulheres, muitas das vezes são: Falta de valorização do trabalho da mulher; Dificuldades de conciliar o trabalho do campo com afazeres domésticos; Inexperiência técnica para manuseio de culturas;
Importância e relevância das lideranças femininas frente aos sectores de produção
Para uma boa liderança feminina, é necessária a criação de um programa de formação de mulheres líderes, formação que deve abranger toda sociedade sem descriminação, a começar nas escolas através de iniciativas que despertam e incentivam a autoestima das mulheres atraindo o seu espírito de liderança.
Participação cívica
A participação cívica é um pilar fundamental para o fortalecimento da democracia e para o aprimoramento das práticas da governação pública, ou seja, a participação cívica refere-se ao envolvimento activo dos cidadãos nas questões relacionadas à vida da sociedade, indo além do simples acto de votar. Essa participação é um indicativo da saúde democrática de uma nação reflectindo o interesse e a responsabilidade dos cidadãos na construção do futuro colectivo.
A participação cívica é importante para a sociedade, pois está mais ligada à gestão pública, ou seja, foca-se mais nas decisões que a sociedade apresenta perante certas situações.
A participação cívica na sociedade implica: a Votação regular, os cidadãos são livres de realizar a escolha exacta para eleger o representante do povo; a Associação política, maneira de participar directamente nas decisões tomadas pelos seus representantes; a Resoluções de problemas na comunidade, identificação dos desafios e construção do bem-estar local.
Perfil de mulheres líderes
Em Moçambique, as mulheres estão em números inferiores nas posições de liderança ou de tomada de decisão. A Assembleia da República é o sector que mais acomoda a maior percentagem de mulheres, acima de 39%, e de seguida vem o sector empresarial (privado) no qual as mulheres ocupam 17,5% da posição de liderança.
A liderança política continua ainda no domínio dos homens, ou seja, nos três principais partidos existentes em Moçambique, nenhuma mulher ocupa o cargo de presidente ou secretário-geral. Com isso, apenas 32,9% das mulheres ocupam os cargos de direcção.
Porém, podemos identificar algumas mulheres que influenciaram ou influenciam hoje positivamente a sociedade: Josina Machel, considerada como a mãe da nação Moçambicana; Graça Machel, apaixonada pelo activismo na defesa dos direitos das mulheres em geral e da defesa de mulheres vítimas de violência doméstica; Paulina Chiziane, considerada como a primeira mulher moçambicana a realizar o lançamento de um livro de romance em Moçambique com o tema “A balada de amor ao vento” (1990).
Durante o processo da independência em Moçambique, as iniciativas anticoloniais foram conduzidas pelas mulheres em que Josina Machel esteve à frente durante este período. Com isso, a actuação das mulheres em movimentos contra a colonização antecedeu a entrada na luta armada.
Durante a luta pela Independência, o núcleo dos estudantes africanos de Moçambique (NESAM) teve um papel crucial no debate sobre a participação das mulheres na luta pela Independência com a participação de Josina Machel, que ocupou cargos importantes na Frelimo, e se tornou importante na história de Moçambique, a ponto de o dia 07 de abril ser elevado à categoria de dia nacional da mulher.