Mais de 30 pessoas morreram vítimas das balas da PRM durante as manifestações
![Mais de 30 pessoas morreram vítimas das balas da PRM durante as manifestações](https://vidanova.org.mz/wp-content/uploads/2024/11/policia-maputo-gas-lacrimogenio-1.jpg)
A polícia dispersa com gás lacrimogéneo e balas verdadeiras, centenas de manifestantes que tentam sair em diferentes bairros, nos arredores de Maputo, em direcção ao centro da capital moçambicana para se manifestarem contra o resultado das eleições gerais.
Nas principais ruas de Maputo e nos bairros suburbanos há uma forte presença da polícia e militares, com viaturas blindadas e elementos da Unidade de Intervenção Rápida (UIR), e os manifestantes começaram a deslocar-se a partir dos subúrbios em direcção à capital moçambicana, que hoje de manhã estava praticamente deserta e com a quase totalidade das actividades e estabelecimentos encerrados.
Segundo o CDD (Centro para Democracia e Direitos Humanos) registou 34 o numero de vitimas mortais em resultado das manifestações em reivindicação da justiça e verdade eleitoral. Segundo a organização da sociedade civil, os dados são colhidos por via de denúncias e de um trabalho de campo em todas as províncias.
A organização que aponta a polícia de impedir o exercício do direito a manifestação, refere que mais de mil pessoas foram detidas, parte das quais já em liberdade e centenas feridas.
O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique a 24 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados por Venâncio Mondlane.
Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.
Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para hoje.
A Ordem dos Advogados alertou que “existem todos os condimentos” para que haja “um banho de sangue”, apelando a “um diálogo genuíno” para que isso não aconteça.