Atropelamento de cidadã por militares impulsiona vontade de buscar responsabilização. Respostas nacionais “estão esgotadas”. Sociedade civil moçambicana quer encontrar justiça internacional para crimes das autoridades.
Em Moçambique, a tensão pós-eleitoral dá sinais de um escalar sem precedentes. O atropelamento por um veículo militar que matou uma mulher em Maputo foi mais lenha na fogueira.
Os vídeos nas redes sociais mostram o carro blindado em alta velocidade, a dirigir-se contra os manifestantes de forma intencional. As labaredas do ódio tomaram conta da população: A vingança contra os agentes das forças de segurança começou.
O investigador João Feijó entende que a atrocidade das autoridades “já é matéria para o Tribunal Penal Internacional, sem prejuízo da Procuradoria-Geral da República intervir.”
A PGR “devia ser a primeira a fazê-lo, mas está mais preocupada com coisas mesquinhas como ‘suca FRELIMO’ ou ‘suca CNE’, a perseguir o candidato Venâncio Mondlane, a acusá-lo de golpe de Estado, com o Banco de Moçambique a confiscar-lhe as contas”, lamenta Feijó.
“Não sei o que está a acontecer. Isto é uma polícia política? É uma polícia da FRELIMO?”
Queixas contra as forças de segurança
Os excessos da polícia, que engordaram desde o início das manifestações contra a fraude eleitoral, a 21 de outubro, já levaram a sociedade civil a entrar com queixas a nível internacional.
Também o candidato presidencial Venâncio Mondlane e o partido que o suporta, o Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), submeteram uma petição no Tribunal Penal Internacional (TPI). (DW)