Conflito pós-eleições: Cinco mortos, três feridos graves e 20 detidos no início de novos protestos

Cinco pessoas foram assassinadas, três ficaram gravemente feridas e 20 foram detidas, esta quarta-feira, em todo país, no arranque de mais uma onda das manifestações populares, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, em protesto aos resultados das eleições de 09 de Outubro, que apontam para uma vitória da Frelimo e do candidato Daniel Chapo com mais de 70% dos votos.
Os dados foram apresentados na noite de ontem pelo porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), Orlando Mudumane, que anunciou ainda a vandalização de 22 escolas secundárias e de cinco esquadras da Polícia, das quais uma da Polícia municipal.
Segundo Orlando Mudumane, os óbitos e feridos graves registados nas manifestações de ontem resultaram da “confrontação grave dos autores subversivos com os agentes da Polícia, com a intenção clara de se apoderar das armas de fogo da corporação”.
“Quando um indivíduo vai à uma esquadra, procura a todo custo apoderar-se de uma arma de fogo, esse não é manifestante, não sabemos o que quer fazer com a arma de fogo depois de se apoderar do agente da Polícia”, defendeu.
“É um indivíduo criminoso, subversivo que de tudo fazia para se apoderar do material bélico para protagonizar actos muito mais criminosos que estes e a Polícia viu-se na contingência de defender-se. Fez-se tiros ao ar e as pessoas acharam que tinham mais poder para agredir os agentes da Polícia, o que acabou culminando com a morte destes indivíduos”, explicou o porta-voz da Polícia, sem especificar em que locais foram assassinadas as pessoas.
Aos jornalistas, Mudumane disse ainda que, durante à invasão às escolas, os manifestantes saquearam e apoderaram-se de equipamento informático, inviabilizando ainda a realização dos exames finais da 10ª e 12ª classes. Um Tribunal e uma cadeia distrital também foram incendiados.
“Foram detidos 20 indivíduos e instaurados os respectivos processos-crimes e remetidos ao Ministério Público para subsequentes trâmites legais e, neste momento, decorrem diligências para neutralização de outros cabecilhas, devidamente identificados por via de imagens e vídeos na posse da corporação”, garantiu o porta-voz da Polícia. (Carta)