Organizações da Sociedade Civil refutam acusações de estar a financiar pessoas para participar nos protestos

Por: Cremildo Alexandre

Alguns líderes das organizações da sociedade civil e activistas sociais distanciam se das acusações de  financiar pessoas para participar nos protestos.

O Ministério do Interior através do Vice-Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique, Fernando Tsucana veio recentemente acusar as Organizações da Sociedade Civil (OSC), alguns cidadãos nacionais e estrangeiros de estarem a financiar a onda de manifestações que eclodiu quase por todo pais que visam pressionar a verdade eleitoral.

Esta acusação, deixou chocada as organizações que trabalham em prol da garantia dos direitos do cidadão como é o caso da não governamental e sem fins lucrativos, Okhala wa miravo. O director executivo da organização, Mito Carvalho, disse não ser a primeira vez que o governo os acusa por estas assumirem o papel de condenar a violação dos direitos humanos por parte do governo, desde a vida, saúde, educação e outros.

“Se as organizações vêm para condenar o ato do governo é de igual modo como as organizações condenam que, ao nível nacional, há escolas precárias, há necessidade do governo ter que investir na educação. De igual modo como as organizações da sociedade civil também criticam o posicionamento do nível de saúde. Então, neste momento em que estamos, as organizações da sociedade civil não podem ficar em nenhum momento assim, intocáveis ou calmas e silenciosos” declarou Carvalho.

Carvalho, avançou ainda que os pronunciamentos do governo contra as organizações da sociedade civil, minam a liberdade de expressão e a democracia no solo pátrio moçambicano.

“Queremos deixar claro que há necessidade do governo sentar na carteira, sentar com seus atores-chave, deixem o orgulho”.

“Este país é nosso. Este país é de todos os moçambicanos. Não é de um grupinho, de umas pessoas de elite, não. Este país é exactamente de todos os moçambicanos. Estão na diáspora, estão no cajueiro, vivem na mata, na localidade, na aldeia, no bairro. Todos nós, este país (2:54) nos pertence e todos nós, neste momento, temos a voz, temos a liberdade de nos expressar e buscarmos salvar este país” criticou.

O Governo dos Estados Unidos da América (EUA) veio igualmente através de um comunicado, refutar as acusações de estar a financiar pessoas para participar nas manifestações em protesto contra os resultados eleitorais.

O Governo dos Estados Unidos da América clarificou que, através da USAID e da GiveDirectly, está a implementar um projecto de assistência directa em dinheiro, destinado a reduzir a pobreza nas comunidades agrícolas rurais propensas a desastres naturais.