O Materialismo Comercial no Natal e Dia da Família

Por: Kant de Voronha

Nos últimos tempos, o Natal ou Dia da Família têm se distanciado de sua essência cristã, transformando-se em um período dominado pelo materialismo comercial. Ao invés de ser uma celebração espiritual centrada no nascimento de Jesus Cristo, muitas vezes é reduzido a uma corrida por presentes, enfeites luxuosos e festas extravagantes.

Pontos Críticos

1. Desvio do Significado Espiritual: Originalmente, o Natal celebra a encarnação de Jesus Cristo, um evento de profunda importância para a fé cristã. O nascimento de Jesus simboliza o amor, a humildade e a esperança de salvação. No entanto, em muitas partes do mundo, o foco desloca-se para a troca de presentes caros e a exibição de riqueza, obscurecendo a mensagem espiritual.

2. Pressão Social e Financeira: O consumismo associado ao Natal impõe uma pressão significativa sobre as pessoas. Famílias de todas as classes sociais sentem-se obrigadas a comprar presentes caros e a realizar festas sumptuosas, muitas vezes além de suas condições financeiras.

3. Despersonalização das Relações Humanas: O consumismo exagerado também desumaniza o Natal, levando as pessoas a dar mais importância aos objectos do que às relações. O ato de presentear, que deveria ser uma expressão de carinho e cuidado, frequentemente torna-se um gesto impessoal.

4. Impacto Ambiental e Desperdício: Outro aspecto crítico do consumismo natalício é o impacto ambiental. O aumento das compras resulta em maior produção de lixo, especialmente com embalagens e produtos descartáveis.

Efeitos do Consumismo Exagerado na Passagem de Ano

O consumismo exagerado também afecta profundamente as celebrações da passagem de ano. Entre os principais efeitos negativos estão:

1. Desvalorização do Significado Espiritual e de Renovação: A passagem de ano é tradicionalmente vista como um momento de renovação interior, de agradecimento pelas bênçãos do ano que passou e de esperança para o novo ciclo que se inicia. No entanto, o foco excessivo em festas glamorosas e viagens caras desvia essa oportunidade de introspecção, e o aspecto de renovação pessoal e espiritual perde espaço para o hedonismo e a busca de prazeres materiais.

2. Desigualdade Social e Exclusão: O consumismo exagerado durante o Réveillon acentua as desigualdades sociais, pois cria um abismo entre aqueles que podem participar de celebrações luxuosas e aqueles que não têm condições financeiras para tal.

3. Frustração e Superficialidade: O excesso de expectativas criadas em torno do consumo para a passagem de ano gera frustração.

E agora, que fazer?

Para superar o materialismo comercial e viver um verdadeiro Dia da Família é essencial adoptar práticas que resgatem os valores fundamentais da convivência, da solidariedade e do amor familiar. Isso inclui:

1. Momentos de Oração e de Reflexão em Família: começar com uma oração ou um culto em conjunto, seja na igreja ou em casa, onde cada membro possa expressar sua gratidão e renovar os laços de afecto.

Prática: Organizar uma oração colectiva, onde cada membro da família pode compartilhar algo pelo qual é grato, pedir perdão ou expressar esperança para o futuro.

2. Promover o Diálogo e a Convivência: Aproveitar para promover conversas abertas, partilhar histórias e ouvir as preocupações uns dos outros é uma maneira simples, porém poderosa, de fortalecer os laços.

Prática: Realizar um almoço ou jantar em família. Cada pessoa pode compartilhar algo importante sobre sua vida, sonhos e desafios.

3. Valorização da Cultura e das Tradições Familiares: incluir actividades como contar histórias antigas, cantar músicas tradicionais, realizar danças ou preparar pratos típicos.

Prática: Organizar uma actividade cultural, como uma roda de histórias, onde os mais velhos podem partilhar as tradições e valores que marcaram suas vidas.

4. Desconectar-se do Consumo e Conectar-se ao Outro: focar no valor das relações e na simplicidade. A verdadeira felicidade familiar não depende de bens materiais, mas de momentos compartilhados e da qualidade do tempo que passam juntos.

Prática: Desconectar-se das redes sociais e das actividades comerciais durante o dia e dedicar esse tempo a passeios simples, jogos em família, ou até uma caminhada ao ar livre.

5. Educação de Valores para as Crianças: ensinar às crianças e jovens os valores fundamentais da solidariedade, respeito, partilha e amor.

Prática: Realizar dinâmicas em que as crianças possam participar activamente, seja preparando uma refeição em conjunto, contando histórias ou ajudando em actividades de solidariedade.

6. Fortalecer a Presença dos Avós e dos Mais Velhos: valorizar os avós e os membros mais velhos, reconhecendo a sua sabedoria e o papel fundamental que desempenham na coesão familiar. Prática: Dedicar tempo para conversar com os avós e pedir-lhes que compartilhem suas histórias e experiências

7. Celebrar a Unidade Familiar: A verdadeira celebração do Dia da Família deve estar centrada unidade e no fortalecimento das relações familiares.