Parlamento de Moçambique será investido no dia 13 de janeiro

A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) venceu as eleições para o parlamento moçambicano com maioria absoluta, garantindo 171 deputados, com o estreante PODEMOS a eleger 43, destronando a RENAMO na liderança da oposição, de acordo com a proclamação dos resultados, em 23 de dezembro, pela presidente do Conselho Constitucional (CC), Lúcia Ribeiro.
A FRELIMO mantém-se com uma maioria parlamentar na décima legislatura, com 171 deputados (184 atualmente), a qual passa a ter quatro partidos representados, contra os atuais três.
Podemos surpreende
O Partido Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), até agora extraparlamentar e que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, ficou em segundo lugar, ganhando estatuto de principal partido da oposição, com 43 deputados.
De acordo com os resultados proclamados pelo CC, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) perdeu o estatuto de maior partido da oposição, com 28 deputados eleitos, contra os atuais 60.
Por seu turno, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) mantém a representação parlamentar, com oito deputados, mais dois do que atualmente.
Disputa pelo poder
A investidura dos 250 deputados à Assembleia da República antecede a posse do novo Presidente da República, Daniel Chapo – apoiado pela FRELIMO –, fixada para 15 de janeiro. Ele foi eleito com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, segundo os resultados proclamados pelo CC.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados eleitorais, considerou que a tomada de posse “madrugadora” dos deputados do partido PODEMOS será um desrespeito à memória das pessoas que morreram nas manifestações de contestação aos resultados eleitorais.
“É sobre a memória e respeito dos que tombaram pela causa, dos que lutam dia e noite desde a campanha eleitoral até hoje nas ruas e muito mais, que recomendava para a não tomada de posse madrugadora do Podemos na Assembleia da República. É uma questão de respeito, antes de tudo”, declarou Venâncio Mondlane, numa carta aberta dirigida ao presidente do PODEMOS, partido que apoiou a sua candidatura. (Lusa)