
2 nascimentos
1 Nascimento
Daqui a poucos dias já vamos celebrar o Natal: o nascimento do Menino Jesus. É o acontecimento mais importante da nossa fé porque com esta celebração anunciamos a todo o mundo que “a Palavra de Deus se fez carne” (Jo 1,14) e, também como preanunciou o profeta Isaías, “um menino nos nasceu, um filho nos foi dado. O governo estará sobre seus ombros, e ele será chamado de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno e Príncipe da Paz” (Is 9,6). Este é o BI da celebração do Natal.
O nascimento do Menino Jesus interpela cada um de nós para nos renovarmos, para nos actualizarmos e para respondermos melhor aos desafios que a sociedade de hoje nos apresenta. Infelizmente nem sempre a realidade espelha estas expectativas, parece que vamos na direcção contrária.
Apesar de tudo, o Papa Francisco nos propõe para o 2025 um caminho para que o nascimento do Menino Jesus não seja em vão. De facto, no dia 24 começa o ano Santo ou, como é também conhecido, o Jubileu, sob o lema “Peregrinos da Esperança”. Sim, todos em caminho, com a cabeça levantada, para fazer com que, o “Menino que nos foi dado” (Is,9,6), se torne verdadeiramente o Príncipe da Paz e sinal de Esperança para todos.
2 Nascimento
Em particular desde as eleições gerais, podemos comparar Moçambique a uma mulher grávida. O nascimento esperado, é um menino/a que renove a sociedade e os que pretendem ser os únicos capazes de governar o Pais, porque nos últimos anos, Moçambique está a enfrentar uma mudança geracional em todos os sentidos. De facto, a maioria da povoação, que é jovem, não viveu nem testemunhou o tempo e a luta de libertação. Por isso parece que nem sempre ela entende e valoriza os actos heróicos e corajosos e os valores humanos que conseguiram alcançar a independência. A luta de libertação foi dura, o tempo passou e as novas gerações esqueceram a história do passado; eles estão mais interessados no presente e querem também novas caras na governação.
Então, até que Moçambique não consiga dar parto a um novo nascimento que saiba ter a capacidade de reconciliar a história heróica da luta de libertação do passado com a luta contra a pobreza, desemprego, corrupção e desconfiança nas instituições de hoje, como metodologia para garantir dignidade e riqueza partilhada para todos, será difícil alcançar paz e reconciliação no Pais. A criança que há-de nascer seja filho/a do seu tempo.