
A procura “duma Nova Normalidade”
Já chegamos ao 1º aniversário da visita do Papa Francisco à nossa terra que vibrou de entusiamo e fé pela sua presença encorajadora. Portanto, vamos recordar e celebrar o 1º aniversário no domingo 6 deste mês onde todas as missas e celebrações farão memória dessa inesquecível visita e, juntos com o papa Francisco, iremos rezar e comprometer por uma Igreja mais reconciliadora, samaritana, misericordiosa e profética.
Esperança, Paz e Reconciliação, lema da visita do papa Francisco, são ainda as 3 colunas que devem sustentar a nossa sociedade especialmente neste tempo ameaçada pelo conflito armado em Cabo Delgado, pelo ataques indiscriminados no centro do Pais, e pela pandemia do Coronavírus.
De facto, não há dúvida que, aquilo que muitas revoluções, leis ou ditaduras tentaram impor ao longo dos séculos da história a sociedade em geral, um vírus microscópico conseguiu faze- lo! Ele, em pouco tempo influenciou e impus hábitos altamente restritivos e, às vezes, contrários a tudo aquilo que acreditávamos.
Mudou a nossa maneira de estar e talvez de ser! Estamos perante uma mudança epocal? Sim, para contrastar a epidemia mortal, já estamos a distanciar-nos fisicamente, a evitar contacto directo entre pessoas, a usar as mascaras, a fechar as fronteiras …
A partir de Fevereiro 2020 é assim que vai o mundo e dizem que teremos que nos acostumar a tudo isso porque o COVID 19 não vai desaparecer tão rapidamente no meio de nós.
Agora nos perguntamos: será que estamos à espera que tudo passe e assim regressar aos antigos tempos, aos antigos hábitos como se nada tivesse acontecido?
Talvez seja esta a espectativa da maioria das pessoas mas, fazer isso, seria enganarmo-nos a nós mesmo porque as mudanças provocadas pela pandemia não são um mero acidente de percurso, mas está a revelar-se um verdadeiro marco para uma mudança dos comportamentos sociais e talvez da nossa maneira de pensar e entender a nossa vida.
Não podemos perder a oportunidade duma avaliação séria do nosso futuro a luz da experiência passada: tanto sacrifício, tanto sofrimento não pode ser deixado no vacum. Temos que construir uma “nova normalidade” das nossas relações de vida como nos lembro o primeiro-ministro, Sr. Agostinho do Rosário.
É necessário transformá-lo em energia vital que nos vai impulsionar para um melhor relacionamento entre nós todos e com a mãe terra tão ferida e abusada, à luz da Palavra de Deus. Não esqueçamos que o Evangelho continua ser Boa Nova, não foi contaminado pelo vírus, pelo contrário, temos que nos deixar contaminar e contagiar por ele, para não perder a nossa vida.
Então o que podemos fazer para não perder o comboio do futuro depois da pandemia?
Parar e reflectir sobre os últimos meses da nossa existência: quais as mudanças que encontramos em nós, digerir o sacrifício, as dores, os lutos destes meses. Distanciamento físico sim, ma aumentando o nosso alerta para uma solidariedade mais activa. Evitar estigmatizar os doentes e desconfiar dos nossos vizinhos como potenciais inconscientes difusores do vírus. Estamos todos no mesmo barco, ninguém se salva sozinho, como nos disse papa Francisco.
A oportunidade para fazer escolhas corajosas está à nossa porta, é tempo para crescer e desenvolver o lado melhor do nosso ser. Não vamos perder esta ocasião, vamos procurar uma nova normalidade!