
Família, presente que Deus nos deu
Dezembro é o décimo segundo mês e último de cada ano, conforme nos apresenta o calendário. É o mês da família, o melhor presente que Deus nos deu. Não há maior crise da vida que viver sem família. Razão pela qual a partida de um familiar para longe de nós mexe com a nossa alma.
Se for uma partida por viagem, cria-nos saudades e interesse de reencontro. Se for por morte, uma viagem sem regresso, preocupa-nos e rouba-nos a alegria de viver. Não é por acaso que Deus, Senhor com todo poder, escolheu que Seu Filho nascesse numa família, a de Maria e José. Sinal de que o próprio Deus exaltou a família com uma elevada honra.
Dezembro é tempo de honrar a família. Tempo de perdão e reconciliação perante as várias afrontas que colocam em causa a unidade e o bem-estar das nossas famílias.
Infelizmente, muitas famílias, hoje, perderam o seu verdadeiro lugar. Deixaram a sua categoria de “Igreja Doméstica e lugar de convívio e passaram a ser “ginásios de karaté”. É triste ver casais em que a mulher se alegra com a queda do marido e o homem festeja os retrocessos da esposa. Realidade que gera muita angústia nos filhos. De modo que a semente do ódio entre os cônjuges mata a linda experiência do amor na família.
Existem muitas atitudes que se contrapõem à paz nas famílias. Dentre estas atitudes, podemos mencionar, com destaque, a relação parasitária (quando um dos cônjuges se vê mais no direito de explorar o outro), a traição (a falta de fidelidade no relacionamento), o ciúme selvagem (desconfiar de tudo e de todos como ocasião de traição), espírito de orelhas (o acreditar em tudo de negativo que os outros afirmam sobre o meu parceiro, esquecendo que estamos num mundo cheio de calúnias), a fofoquice (a incapacidade de guardar segredos seus e os do/a parceiro/a), o consumismo de drogas, o reclamar de tudo (o sentir-se sempre injustiçado, o exigir mais ser amado do que amar), o tudo imperar (o perder o sentido de opinar ou sugerir, o querer apenas obrigar tudo ao outro), o desejo de ter razão em tudo (a mania de pensar que você não falha e apenas o outro é que é culpado), a inveja (o desgosto de ver bem o seu parceiro, a mania de proibir a ele/a ajudar outros membros da família), a vergonha de passear juntos (a mania de não querer se identificar com o outro, o desejo de que ele apenas esteja consigo apenas nas escondidas), o uso irracional do celular (quando o uso do celular coloca em causa o tempo de conversa familiar, valorizando-se apenas os distantes e virtuais), passeios sem ponteiro (consiste em apenais saber sair sem se importar com a hora de regresso à casa), a indiferença (o não se interessar com o outro, nem com aquilo que acontece na vida dele), etc.
Para que este presente de Deus, a família, se mantenha firme é necessário vencer muitas tentações. E a vitória sobre elas implica cultivar o espírito de diálogo, cultivar a paciência, saber servir o outro, fugir da arrogância e do orgulho, saber amar e deixar-se amar, compreender e saber perdoar as fraquezas do outro, cultivar o espírito de confiança, pautar pela esperança e saber suportar.
Pe. Serafim João Muacua
NÃO ESQUECER DE RENOVAR A TUA ASSINATURA À VIDA NOVA PARA 2023