
«Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39)
«Maria levantou-se e partiu apressadamente» (Lc 1, 39)
«É este o tema da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de Lisboa que vai decorrer de 1-6 deste mês. Caminhamos juntos com a Virgem de Nazaré, que, imediatamente depois da Anunciação, ”levantou-se e partiu apressadamente” (Lc 1, 39) para ir ajudar a prima Isabel. Sublinhamos o verbo “levantar-se”, palavra que significa também “ressuscitar”, “despertar para a vida” que é a tónica da 27ª JMJ.
Nestes últimos tempos tão difíceis, em que a humanidade já provada pelo trauma da pandemia, é dilacerada pelo drama da guerra, Maria reabre para todos e em particular para vós, jovens como Ela, o caminho da proximidade e do encontro. Espero e creio fortemente que a experiência que muitos de vós ireis viver em Lisboa, representará um novo começo para vós jovens e, convosco, para toda a humanidade…
Depois da Anunciação, Maria teria podido concentrar-se em si mesma, nas preocupações e temores derivados da sua nova condição; mas não! Entrega-se totalmente a Deus! Pensa, antes, em Isabel. Levanta-se e sai para a luz do sol, onde há vida e movimento. Maria levanta-se e põe-se em movimento, porque tem a certeza de que os planos de Deus são o melhor projecto possível para a sua vida…
A Mãe do Senhor é modelo dos jovens em movimento, jovens que não ficam imóveis diante do espelho em contemplação da própria imagem, nem «alheados» nas redes. Ela está completamente projectada para o exterior. É a mulher pascal, num estado permanente de êxodo, de saída de si mesma para o Outro, com letra grande, que é Deus e para os outros, os irmãos e as irmãs, sobretudo os necessitados, como estava então a prima Isabel…
Queridos jovens, é tempo de voltar a partir apressadamente para encontros concretos, para um real acolhimento de quem é diferente de nós, como acontece entre a jovem Maria e a idosa Isabel. Só assim superaremos as distâncias entre gerações, entre classes sociais, entre etnias, entre grupos e categorias de todo o género, e superaremos também as guerras. Os jovens são sempre a esperança duma nova unidade para a humanidade fragmentada e dividida…
Sonho, queridos jovens, que na JMJ possais experimentar novamente a alegria do encontro com Deus e com os irmãos e as irmãs. Depois dum prolongado período de distanciamento e separação, em Lisboa – com a ajuda de Deus – reencontraremos juntos a alegria do abraço fraterno entre os povos e entre as gerações, o abraço da reconciliação e da paz, o abraço duma nova fraternidade missionária! Que o Espírito Santo acenda nos vossos corações o desejo de vos levantardes e a alegria de caminhardes todos juntos, em estilo sinodal, abandonando falsas fronteiras. O tempo de nos levantarmos é agora. Levantemo-nos apressadamente!». Papa Francisco