
O MINISTÉRIO LAICAL DOS LEIGOS
Unidos na adversidade
O barulho em volta das regalias dos funcionários e agentes do parlamento moçambicano, o subsídio de risco para funcionários de saúde que lutam contra o novo Coronavírus e para militares envolvidos nos combates na província de Cabo Delgado, são elementos que dividem a opinião pública moçambicana no seio dos funcionários públicos.
Continua gritante a preocupação por Cabo Delgado e seu povo espalhado por várias províncias fugindo ao cheiro da pólvora, às catanas mortíferas dos terroristas, à violência de quantos investem dinheiro e armamento para ganhar os seus intentos obscuros.
Por isso, ao reflectir sobre a realidade moçambicana “Não podem existir duas medidas diferentes para pesos diferentes tendo em conta que Moçambique é uno e indivisível”, comenta o activista social Sílvio Silva, da organização não-governamental Ossongoro, que significa “seguir em frente”.
Os Bispos moçambicanos escreveram e publicaram, “com o coração cheio de tristeza”, uma declaração na qual eles deploram a trágica situação da população de Cabo Delgado; lamentam a insegurança das populações do centro do país e mostram-se inconformados com a insegurança alimentar, a fome e a violência que se alastra cada vez mais no país, num contexto de Pandemia da Covid-19.
Diante desta situação complicada, a consciência nos chama a não ficarmos indiferentes face ao sofrimento alheio. É preciso ter em conta as diferenças sociais do país. Num mesmo país em que toda a gente tem de se sacrificar em virtude da pandemia e de outras crises, é dever do Estado e das suas instituições garantir que haja equilíbrio na distribuição da coisa pública sem privilegiar sempre um punhado de elites que vivem no luxo num contexto de crise e, sem ainda, descriminar a maioria do povo que vive habituada a apertar o cinto em todos sentidos.
Face ao novo normal é um imperativo inadiável continuarmos abertos para acolher o raiar da Esperança. Nem tudo está em ruínas, apesar de montões de situações que afligem o povo.
Como garantir a unidade nacional com o abismo de desequilíbrio socioeconómico vigente? Que estratégias nacionais serão eficazes para eliminar a crescente minoria de ricos e a maioria de empobrecidos?
Que acções e mecanismos a implementar para o fim do terrorismo em Cabo Delgado? Com milhares de deslocados e várias centenas de mortos, o conflito já tem idade de recrudescimento. Aos poucos está-se instalando, afastando os nativos e apoderando-se de propriedades alheias. O nosso governo deve continuar a manter a soberania do Estado.
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Unidos na fé!
Pe. Cantífula de Castro