
Palavra de Deus, vitória sobre os diabos do século XXI
A Quaresma e a Páscoa são acontecimentos indissolúveis na história da salvação. Essa indissolubilidade consiste em que não é possível celebrar uma Quaresma sem a Páscoa. É justamente na Quarta-Feira de Cinzas que iniciamos o tempo quaresmal, com a imposição das cinzas com o “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho”, seguidos com o nosso belíssimo “Ámen”, o assim seja. É assim que com Jesus começamos a caminhar ao Calvário (em Gólgota), colina na qual Jesus foi crucificado, depois de ter percorrido longo tempo de tentações pelo demónio.
Durante o Seu percurso quaresmal, Jesus nos ensinou e continua a ensinar-nos os meios pelos quais nós podemos vencer as várias tentações de Satanás. E Satanás, hoje, está em todos os cantos da nossa vida: na família, nos postos de trabalho, na comunidade cristã, na mesquita, no mercado, na escola, etc. A Jesus o demónio lançou três tentações, tentações bem fortes e feitas no deserto.
Na primeira tentação o diabo aproximou-se de Jesus e disse-Lhe: “Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se convertam em pães” (Mt 4,3). E Jesus respondeu-lhe: “Está escrito: Nem só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus” (v.4). Nesta tentação, está bem visível que o diabo não perde oportunidade quando nos quer derrubar: primeiro, o diabo sabia que já passavam 40 dias e 40 noites que Jesus estava de jejum e não duvidava que Ele estivesse esfomeado (cf. v.2). Foi neste contexto em que o diabo mete sua mão a Jesus. No tempo da fome (de alimentação, riqueza, poder) e do sofrimento somos muito tentados e, muitas vezes, derrubados.
Na segunda tentação, o diabo conduz Jesus à cidade santa e coloca-O sobre o pináculo do templo e diz-Lhe: “Se Tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se firam nalguma pedra” (v.6). Desta vez o diabo recorre às Escrituras para tentar a Jesus. A resposta de Jesus na primeira tentação, leva o diabo a recorrer também à Bíblia para ver se podia derrubá-Lo. A resposta de Jesus continua sendo forte: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus” (v. 7). Mesmo assim o diabo não desistiu! A errada compreensão e interpretação das Escrituras conduz-nos a tentar a Deus sem nos darmos conta.
Na terceira tentação, o diabo conduz a Jesus a um alto monte e mostra-Lhe todos os reinos do mundo com a sua glória e diz-Lhe: “Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares” (v.9). Desta vez Jesus não tolera ao diabo, expulsa-o: “Vai-te, Satanás, pois está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto” (v. 10). O desejo de poder pode-nos levar a adorar a falsos messias e a seguirmos por ideologias políticas diabólicas que destroem a nação.
Estamos num ano decisivo e de muita tentação. Ano em que os famintos de poder vão querer induzir-nos a adora-los e a obedecermos suas vontades: fraudes, injustiças, corrupções, etc. O cristão é aquele que, como Jesus, aceitará sofrer, negando ideologias que semeiam ódios e divisões.