
Ser missionários de esperança
Papa Francisco, na mensagem para o 95º Dia Mundial das Missões, convida-nos a ser, “no contexto actual, missionários de esperança, ungidos pelo Senhor que sejam capazes de lembrar profeticamente que ninguém se salva sozinho… Como cristãos, não podemos reservar o Senhor para nós mesmos: a missão evangelizadora da Igreja exprime a sua valência integral e pública na transformação do mundo e na salvaguarda da criação”.
Palavras que iluminam a nossa reflexão sobre o 1º capítulo dos Lineamenta da IV ANP: Ser Igreja em saída decididamente missionária que é actualizado neste número de Vida Nova.
Somos chamados a ser missionários de esperança na transformação do mundo e na salvaguarda da criação neste tempo de pandemia que nos ensina que ninguém se pode salvar sozinho.
Como realizar tudo isso?
Neste mês de Outubro, mês missionário, propomos que haja maior atenção ao Evangelho mais do que às doutrinas; à vida de fé mais do que aos preceitos; ao querigma (anúncio) mais do que aos dogmas, para fortalecer o nosso compromisso em favor do Reino de Deus.
Alguém dirá: mas como? Agora doutrinas, dogmas e preceitos já não têm valor?
Não, eles têm valor se conjugados com o Evangelho, de facto, desconectados da Boa Nova que nos salva, fragilizam a nossa vida de fé que fica contente somente com uma prática superficial da graça de Deus recebida no Baptismo (para nos entendermos, são os cristãos que se lembram de ser cristãos somente nos domingos).
Portanto, missionários da esperança são todos os baptizados que praticam concretamente os ensinamentos de Jesus à luz do Evangelho e não se consideram católicos simplesmente porque baptizados validamente sem se comprometerem com a causa do Evangelho que nos convida a olhar além das nossas necessidades. É por isso que Papa Francisco contínua a lembra-nos que ninguém se salva sozinho e que somos “Tutti Fratelli” que partilham a mesma ansiedade para que um mundo seja mais justo, solidário e em paz.
Enfim, “No Dia Mundial das Missões que se celebra no domingo 24 de Outubro, recordamos com gratidão todas as pessoas, cujo testemunho de vida nos ajuda a renovar o nosso compromisso baptismal de ser apóstolos generosos e jubilosos do Evangelho. Lembramos especialmente aqueles que foram capazes de partir, deixar terra e família para que o Evangelho pudesse atingir sem demora e sem medo aqueles ângulos de aldeias e cidades onde tantas vidas estão sedentas de bênção” (Mensagem DMM 2021, papa Francisco).