
VIDA NOVA – Outubro 2023
A crise socioeconómica e a PAZ
A crise socioeconómica de Moçambique representa um dos principais desafios enfrentados pelo país, apesar dos 48 anos de independência e 31 anos do Acordo Geral de Paz (AGP). Para garantir a sustentabilidade e o desenvolvimento contínuo de Moçambique, é necessário adoptar uma série de caminhos e estratégias abrangentes. Sabemos que no dia 11 deste mês teremos eleições autárquicas. Devemos ter consciência no lugar certo para não agir erroneamente.
Senão vejamos:
a) O terrorismo em Cabo Delgado, em curso desde 2017, traz sérias implicações para a estabilidade e segurança do país para além de representar uma ameaça para o desenvolvimento socioeconómico. Com efeito, é crucial garantir que as acções de segurança sejam equilibradas com o respeito aos direitos humanos. Por outro lado, é essencial abordar as causas fundamentais que alimentam o recrutamento de extremistas e a adesão a grupos terroristas. Isso inclui a abordagem de questões de marginalização, desigualdade, pobreza e acesso limitado a serviços básicos no país.
b) Moçambique é rico em recursos naturais. A diversificação da economia, com investimento em sectores como turismo, indústria manufactureira e tecnologia, pode criar empregos e reduzir a dependência de uma única fonte de receitas.
c) Investir em infra-estrutura é fundamental para promover o crescimento económico e melhorar o acesso a serviços básicos, como energia, água potável e transporte. O desenvolvimento de infra-estrutura pode atrair investimentos estrangeiros e facilitar o comércio interno, além de fortalecer a resiliência do país em face de desastres naturais.
d) A corrupção é um obstáculo significativo para o desenvolvimento sustentável de Moçambique. Diria, um tumor maligno que enferma o país. Combater a corrupção e promover a transparência nas instituições públicas são fundamentais para garantir a boa governação e o uso adequado dos recursos.
e) A educação é um pilar essencial para o desenvolvimento humano e socioeconómico. Investir na educação de qualidade, desde o nível básico até o ensino superior, pode aumentar a capacidade produtiva do país, melhorar a qualidade de vida da população e promover a inovação.
f) A maioria da população de Moçambique vive em áreas rurais, onde o acesso a serviços básicos muitas vezes é limitado. Investir no desenvolvimento rural, incluindo a agricultura sustentável, pode melhorar a segurança alimentar e criar oportunidades económicas para as comunidades locais.
g) Reduzir as desigualdades sociais é fundamental para a estabilidade e coesão social do país. A promoção da inclusão social, garantindo o acesso igualitário a oportunidades e recursos, é essencial para garantir que todos os cidadãos se beneficiem do crescimento económico. Enfrentar esses desafios requer uma abordagem coordenada e colaborativa entre o governo moçambicano, a sociedade civil e a comunidade internacional. É importante combinar medidas de segurança com esforços de desenvolvimento socioeconómico, protecção dos direitos humanos, promoção do diálogo intercomunitário e prevenção da radicalização. A busca de uma paz duradoura em Moçambique exige a construção de uma sociedade economicamente estável.